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Nelson Rodrigues por Nelson Rodrigues

Publicado em: 20/12/2012 |

Apontado por nove entre dez brasileiros (a única exceção é o chamado “do contra”, mas afinal, como dizia o próprio Nelson, “toda unanimidade é burra”.) como o maior dramaturgo nacional de todos os tempos, Nelson Rodrigues nos deixou no dia 21 de dezembro de 1980. Ficamos órfãos, mas não sozinhos. Em nossa companhia, as geniais peças que escreveu. Encenadas, foram 17. Dentre elas, preciosidades dramatúrgicas, que ora retratam a profunda e controversa psíquica humana, ora as que trazem para o palco os costumes da sociedade carioca à época. Há ainda as que juntam as duas temáticas e rendem um bom caldo (de lamber os beiços).

Dentre suas criações eternas, estão: “Vestido de Noiva” (1943); “Anjo Negro” ( 1947); “A Falecida” (1953); “Boca de Ouro” ( 1959); “O Beijo no Asfalto” (1960); “Bonitinha, Mas Ordinária” (1962); “Toda Nudez Será Castigada” (1965); “Perdoa-me por me Traíres” (1957); “Viúva, Porém Honesta” (1957).

Em homenagem aos 32 anos da morte de Nelson Rodrigues, a seção Bravíssimo desta semana resolveu selecionar algumas das frases mais pitorescas, inteligentes e (por que não dizer?) cruéis do autor. E lança um desafio: se você também gosta de colecionar ditos do escritor, que tal compartilhá-los conosco, em nossa página no Facebook e nosso perfil, no Twitter?

Nelson Rodrigues em frases:

“Todas as vaias são boas, inclusive as más”

“O presidente que deixa o poder passa a ser, automaticamente, um chato”

 “O adulto não existe. O homem é um menino perene”

“Não vou para o inferno, mas não tenho asas”

“O óbvio também é filho de Deus”

“O dinheiro compra até amor sincero”

“Só o inimigo não trai nunca”

“Deus está nas coincidências”

“Nem todas mulheres gostam de apanhar, só as normais”

“Invejo a burrice, porque é eterna”

“Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém”

“Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos…”

“Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe”

“Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata”

“O pudor é a mais afrodisíaca das virtudes”

“O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da inexperiência”

“A prostituta só enlouquece excepcionalmente. A mulher honesta, sim, é que, devorada pelos próprios escrúpulos, está sempre no limite, na implacável fronteira”

“O brasileiro não está preparado para ser o maior do mundo em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade”

“A liberdade é mais importante do que o pão”

“O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda”

“Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”.

  

Texto: Majô Levenstein