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Mário Viana por Rachel Ripani

Publicado em: 30/03/2012 |

Tive a chance de atuar em três textos de Mário Viana: “Vamos?”, “Dois Pra Lá, Dois Pra Cá” e “O Pior de São Paulo”. 

 

Sorte a minha que pude conviver com seu bom humor, despretensão, inteligência e enorme agilidade mental para pensar comédia com lastro de realidade e humanidade imenso.

 

Mário é extremamente generoso, permitindo espaço para o improviso dos atores e se divertindo com a participação do público.

 

Por várias vezes, o vi rindo conosco dentro do ônibus em “O Pior de São Paulo”, onde juntos subvertemos o espaço cívico, transformando a rua em lugar de discussão e provocação por meio do humor.

 

Com o Mário, vi que o humor é transformador, devastador e de suma importância na sociedade em que vivemos. E me vi emocionada ao ver, como nunca antes, que se dermos o gancho ao público, ele mesmo cria o bordão.

 

Como esquecer as sessões de descarrego de carteira na porta de Igreja Evangélica, o churrasquinho de gato na porta do Fasano ou o zoológico de ricos na Rua Oscar Freire, em pleno sábado à tarde?

 

Acho corajoso um jornalista da sua formação e conteúdo assumir o humor e nele ficar de peito aberto; quem se dedica ao humor sabe que vai encarar ser subestimado pelos artistas que acham que fazer comédia é coisa de gente que “não é séria”. 

 

Mas, seguindo a tradição de Walt Disney, que dizia: “Não tento entreter os críticos. Prefiro me arriscar com o público”, Mário se atira sem medo e sem vergonha nessa guerra. E eu tenho orgulho em dizer que fico com Mário nas trincheiras sempre que ele quiser.

 

 

Veja o verbete de Rachel Ripani e Mário Viana na Teatropédia.

 

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