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Mário e Mário: Bortolotto e Viana Falam Sobre Teatro e Dramaturgia

Publicado em: 07/04/2011 |

Os opostos do teatro paulista se encontrarão no palco do teatro Anhembi Morumbi, neste sábado (09/04), às 9h. De um lado o teatro experimental de Mário Bortolotto e do outro, o riso e a reflexão sobre o cômico de Mário Viana. E, no centro do debate, com a função de organizar e mediar uma conversa informal sobre essas duas vertentes da nova dramaturgia paulista, a inquietação criativa da coordenadora do curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, Marici Salomão.

 

Para Marici, os depoimentos de dois dramaturgos, com caminhos muito diferentes, abre espaço para a reflexão. “Um (Bortolotto) enveredando pela cultura beatnik, do HQ; o outro (Viana), pelas sondas do cômico, mas com pontos em comum, como a fertilidade autoral e a capacidade de viver do seu ofício, tendem a estimular, a renovar os pontos de vista e a gerar reflexão sobre o teatro e o ofício de ser artista. São dois dramaturgos que vivem do ofício da escrita. Esses exemplos são muito importantes para nós”, explica.

 

Você é nosso convidado para o encontro. Para participar, basta se inscrever pelo telefone 2292-7988, ramal 119, até as 17h30 de sexta-feira (08/04).

 

No site do teatro  Anhembi Morumbi é possível encontrar o modo de chegar até o local, além de outras informações referentes à programação em cartaz.

 

Conheça as personagens dessa história

 

Mário Viana formou-se em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Como dramaturgo, formou o Núcleo dos 10, sob orientação do também dramaturgo Luís Alberto de Abreu. Recebeu menção honrosa no concurso nacional de textos teatrais inéditos de 2000, promovido pelo Ministério da Cultura, com a peça “Flechadas do teu Olhar”. Os textos “Vamos?” e “Vestir o Pai” receberam prêmios em duas edições do concurso de dramaturgia promovido pela Secretaria de Cultura de Porto Alegre, em 2000 e 2001.

 

Teve montados quatro espetáculos com o Grupo Parlapatões: “Mistérios Gulosos”, “Pantagruel”, “Um Chopes, Dois Pastel & Uma Porção de Bobagens” e “O Pior de São Paulo”. Em 2010, estreia “Hoje tem Mazzaropi”, comédia dirigida por Hugo Coelho, com o ator Julio Lima homenageando o cineasta paulista. O texto rendeu indicação de Melhor Autor no Prêmio Contigo de Teatro. Em agosto, estreia a primeira montagem paulista de “Vamos?”, com direção de Otávio Martins, transformando-se num dos grandes sucessos da temporada 2010. Também voltaram ao cartaz as peças “O Pior de São Paulo” e “Um chopes, dois pastel e uma porção de bobagem”, com Os Parlapatões. O grupo La Mínima, além de reapresentar “O Médico e os Monstros”, também estreou “Radio Varieté”, espetáculo de rua que contou com textos de Viana em seu roteiro.

 

Mário Bortolotto nasceu em Londrina, e depois de fazer seus estudos do Ensino Média em seminário, passou a se dedicar à literatura e ao teatro. Em 1982, com Lázaro Câmara e Edson Monteiro Rocha, funda o grupo de teatro Chiclete com Banana, que passou a chamar Cemitério de Automóveis, no ano de 1987. O grupo veio para São Paulo, em 1996 com o espetáculo “Medusa de Rayban”. Na sequencia, montou “Será que a Gente Influencia o Caetano?”, “Postcards de Atacama” e “Diário das Crianças do Velho Quarteirão”, todas em 1998, e “A Lua é Minha”, em 1999, e “Rolex – O Anti Velox”, em 2000.

 

Quase todas as peças escritas por Bortolotto já foram publicadas, num total de quatro livros. Também publicou o livro de poesia “Para os Inocentes que Ficaram em Casa”, além dos romances “Mamãe não Voltou do Supermercado” e “Bagana na Chuva”. Em 2006, lança o livro “Atire no Dramaturgo”, coletânea de textos publicados em seu blog de mesmo nome, que mantém desde 2004. E, em 2010, lança outro livro de poemas: “Um Bom Lugar para Morrer”.

 

Marici Salomão nasce na capital paulista em 18 de dezembro de 1963. Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, foi aluna especial de Semântica, por um ano, no IEL (Instituto de Estudos Linguísticos) da Unicamp.

 

Seu interesse pela dramaturgia a fez participar de oficinas de dramaturgia oferecidas pela Oficina Cultural Oswald de Andrade, onde estudou com o dramaturgo Luís Alberto de Abreu. Depois, aperfeiçoou sua formação em Dramaturgia no CPT (Centro de Pesquisa Teatral), sob supervisão de Antunes Filho. Foi coordenadora do Círculo de Dramaturgia do CPT, entre 1998 e 2003.

 

“Maria Quitéria”, “Bilhete”, “Impostura”, “O Pelicano” e “Atos de Violência” são seus textos já encenados. Em 1995, foi uma das primeiras colocadas no I Concurso de Textos Inéditos do Sesi-SP, com “Retiro dos Sonhos”. Com outras três dramaturgas – Beatriz Gonçalves, Vera de Sá e Cláudia Vasconcellos –, criou o núcleo Dramáticas em Cena, em que estudavam, discutiam e produziam textos dramáticos.

 

Atualmente, além da Coordenação do Curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro, responde pelo Núcleo de Dramaturgia Sesi-British Council, desde junho de 2008, além de integrar a comissão julgadora do Prêmio Shell de Teatro de São Paulo e do Festival de Teatro de Rio Preto (FIT).