No último sábado, foi a vez dos aprendizes do Módulo Azul mostrarem seus experimentos cênicos para os formadores e coordenadores da SP Escola de Teatro. Divididos em oito núcleos — que funcionam como pequenas companhias teatrais — eles apresentaram, durante todo o dia, cenas de até 15 minutos.
A coordenadora do Curso Regular de Dramaturgia, Marici Salomão, acompanhou o intenso dia de apresentações. Para ela, o resultado dos trabalhos foi bastante positivo. “O Módulo Azul é baseado na performatividade, questão que, geralmente, demora a aparecer. Neste semestre foi diferente”, diz, destacando que as áreas (como atuação, dramaturgia e direção) estão jogando mais juntas.
Para ela, o mérito é dos aprendizes mas, também, dos coordenadores e formadores, que foram mais provocativos em suas orientações. “Desta forma o jogo fica mais harmônico, o que não quer dizer que não haja tensão ou intensidade”, aponta.
Durante todo o semestre, duas artistas são a inspiração dos experimentos cênicos: a cantora Elza Soares, por meio de seu mais recente disco “A Mulher do Fim do Mundo”, e a escritora nigeriana Chimamanda Adichie.
Dentro do Módulo Azul, cada núcleo escolheu uma música de Elza como base. A criação é atravessada pelas influências feministas de Chimamanda. “A escritora dá noções em relação à mulher em si, à mulher no mundo, à mulher na cultura e à mulher perante o homem. E também do homem perante a educação, cultura, sociedade e política”, explica a coordenadora.
Esta foi a primeira abertura de experimentos do Módulo Azul. Os aprendizes terão, ainda, mais duas aberturas para mostrar a evolução de suas criações cênicas. Para Marici, o aprofundamento deve ser concentrado na pesquisa. “A performatividade não é mais uma reprodução de mundo e, sim, uma invenção de mundo. A performatividade inventa um modo estético”, afirma.
