EN | ES

Maria Alice Vergueiro e sua Turma Iniciam Residência

Publicado em: 02/04/2013 |

Luzes vermelhas e uma música apoteótica tomam a sala. No fundo está Maria Alice Vergueiro, quase imóvel e com o olhar fixo para a porta. Ali, na entrada, estão dois de seus atores “preparando” e filmando os que vieram para o encontro com a atriz que é considerada a dama do teatro underground no Brasil.

 

No primeiro dia de sua residência artística na SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, que aconteceu ontem (1º), Maria Alice fez uma última pré-seleção para o processo de criação e pesquisa cênica que coordenará até novembro na Instituição, junto com seu grupo, o Teatro Pândega.

 

Recepção dos participantes (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Assim que todos os participantes entraram e se acomodaram, a atriz começou a cantar uma música que, segundo ela, uma mulher cantou certa vez. Falava sobre uma moça que trabalhava em um bar frequentado por bandidos, vagabundos e outros tipos de pessoas marginalizadas. Ao final, indagava: “Jenny, quem é que você quer que morra?”

 

A flauta transversal, então, começou a soar, precedendo uma risada histérica e estrondosa que rasgou o ar. Depois, foi a vez do baque do tambor. “Boa tarde, moçada!”, disse, enfim, Maria Alice. Uma palavra, então, foi escrita à lousa: DEPENDÊNCIA. A seguir, cada um dos mais de 40 participantes foi ao centro da sala e pegou o microfone para falar sobre suas próprias dependências. 

 

Feitos os depoimentos, a atriz e sua assistência de direção Carolina Splendore começaram a explicar o como seria o processo de trabalho. Segundo elas, o Método Pânico, do escritor, cineasta, dramaturgo e psicólogo chileno Alejandro Jodorowsky, ajudaria na condução da criação. Já os textos utilizados serão de Samuel Beckett e Fernando Arrabal.

 

Maria Alice Vergueiro comanda processo criativo até novembro (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

A proposta dos encontros é criar um espetáculo teatral. “Não estamos tão preocupados com o produto final quanto com o processo. Vamos tentar fazer com que isso seja um grupo de teatro, pensando que vamos levar nossa montagem para festivais e ganhar dinheiro com isso. Isso mudaria nossa relação de trabalho”, falou Maria Alice, que também cobrou comprometimento nas reuniões, realizadas nas segundas e quartas-feiras.

 

Antes de encerrar, a jovem de 78 anos deixou bem claro que não está ali apenas para ensinar. Pelo contrário. “Também quero ter o direito de crescer cada vez mais com vocês. Quero crescer até morrer!”.

 

 

Texto: Felipe Del

Relacionadas:

Uncategorised | 09/ 11/ 2023

Palestra com a artista sul-africana, Ntando Cele, acontece na SP Escola de Teatro nesta sexta (10)

SAIBA MAIS

Uncategorised | 20/ 09/ 2022

Pamy Rodrigues, artista egressa da SP, assina direção de espetáculo feminista inspirado no conto O Papel de Parede Amarelo

SAIBA MAIS

Uncategorised | 08/ 09/ 2022

Programa Oportunidades divulga lista final de contemplados da Bolsa-Oportunidade 2/2022

SAIBA MAIS