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Luiz Fernando Marques por Janaina Leite

Publicado em: 29/03/2012 |

“O mundo não precisa de mais uma peça de teatro.”

 

Convidei o Lubi (Luiz Fernando Marques) para dirigir um experimento híbrido, a partir de uma experiência real de separação (sem ter nenhuma ideia de onde isso ia dar). E foi com essa frase – “o mundo não precisa de mais uma peça de teatro” – que ele decidiu ficar no projeto. Já reproduzi essa frase algumas vezes por aí e, hoje, quando me foi dada a tarefa de escrever sobre meu parceiro há já 15 anos (11 dentro do Grupo XIX de Teatro), foi o que me veio como uma espécie de síntese do que admiro no Lubi. 

 

O teatro só vale a pena se ele se propuser a ser um – pequeno que seja – acontecimento na vida de quem faz e de quem vê; se ele for um espaço de experiência real, onde, depois dali, não seja possível ser mais o mesmo. Os espetáculos do Lubi são criados como quem se prepara para um encontro, no qual, por mais que escolhamos a roupa, ensaiemos, mais ou menos, o que dizer – para “impressionar”, talvez –, nunca sabemos o que, de fato, vai acontecer, já que o outro frustra, ao mesmo tempo que supera todas as nossas expectativas! 

 

Acho que fizemos mais de 600 apresentações de “Hysteria” e posso dizer que ele esteve presente em 597. E ele nunca está lá para checar se sua encenação está sendo “bem realizada” ou corrigir qualquer coisa que diga respeito aos atores – talvez tenha feito algo assim em três ou quatro apresentações –; ao contrário, nas outras 593, ele assiste e se deleita com o público!

 

Este sim, protagoniza de todas as peças, já que é ele quem nos diz se algo está acontecendo ali, de fato, ou se é só “mais uma peça de teatro”.

 

 

Veja os verbetes de Janaina Leite e Luiz Fernando Marques na Teatropédia.

 

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