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Lavínia Pannunzio: Prêmios x Sonhos

Publicado em: 02/02/2012 |

E o prêmio de Melhor Atriz vai para… Lavínia Pannunzio! A atriz uberlandense ganhou o prêmio APCA por três atuações: “A Serpente no Jardim”, de Alan Ayckbourn e dirigida por Alexandre Tenório; “A Bilha Quebrada”, com texto de Heinrich Von Kleist e direção de Marcio Aurelio; e “A Ilusão Cômica”, escrita por Pierre Corneille e encenada, também, por Marcio Aurelio.

 

Este ano, a comissão da APCA fez uma premiação diferente. “Vários artistas foram premiados pelo conjunto do trabalho. Foi uma escolha bem bonita”, diz Lavínia. A atriz também explica que não imaginava que, além de Joca Andreazza e Carla Candiotto, seu nome estaria na lista dos agraciados. “Eu já havia sido indicada ao prêmio Shell por minha atuação em “A Serpente no Jardim, mas o prêmio pelo conjunto dos trabalhos foi uma surpresa.”

 

Receber um prêmio é sempre uma ocasião alegre, mas, claro, não é regra na vida de um artista. A quantidade de prêmios atribuída anualmente é ínfima frente ao número de trabalhos apresentados. E há sempre, no coro, quem se sinta lesado ou desprestigiado por não ter sido o eleito da vez. 

 

“Eu já recebi duas indicações por trabalhos pelos quais eu não imaginava ser premiada; em contrapartida, houve outros que achei muito bons e com os quais sequer fui indicada. A questão dos prêmios é cheia de circunstâncias e nuances que escapam a nossa compreensão.”

 

Aos 31 anos de carreira, a atriz confessa ainda se emocionar por ser contemplada por sua perseverança e devoção ao teatro. Ela lembra também que seus sonhos de hoje são os mesmo de quando tinha 14 anos, apenas engatinhando na profissão. “Eu almejava ser uma atriz maravilhosa, plena, excelente e interessante; capaz de balançar a cabeça e a alma do público. Além disso, queria poder percorrer o mundo todo com o meu trabalho e ser totalmente dona dele.”

 

A felicidade em ser agraciada com um prêmio tão importante hoje, não ofusca de sua memória a lembrança do primeiro conquistado na carreira. “Meu primeiro prêmio foi como diretora. Ele foi muito importante porque a circunstância que o envolveu era muito especial. Era um livro de minha mãe – Martha Pannunzio – que eu adaptei para o teatro e que abriu muitas portas importantes para mim. A peça chama-se “Era uma Vez um Rio”, que, em 2006, ganhou o APCA de Melhor Espetáculo para Infância e Juventude. E nós ganhamos, também, o Prêmio FEMSA de Melhor Espetáculo, Direção e Figurino, e concorremos ao Melhor Texto, Luz, Cenografia e Ator. Foi sensacional!”, relembra Lavínia.

 

Outro trabalho seu foi indicado a um prêmio; o espetáculo “Chorávamos Terra Ontem à Noite”, de Eduardo Ruiz, indicado ao Shell de Melhor Texto, em 2009. “Nesse caso, a indicação já é um prêmio”, comenta a atriz.

 

Embora já tenha conquistado vários prêmios ao longo da carreira, Lavínia deixa bem claro que eles não são seu “sonho de consumo”. “Sinceramente, por mais que eu goste demais dos meus trabalhos (e em alguns casos tive experiências incríveis, como por exemplo “Honey”, dirigida por Fernanda D’Umbra, “Budro”, encenada por Emílio Di Biasi, ou ainda “Esperando Godot”, com direção de Gabriel Villela), os prêmios não estão na esfera  da minha preocupação. Não sofro de desejo por eles.”

 

A cerimômia de entrega do prêmio APCA 2011 será realizada no dia 13 de março de 2012, às 20h, no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros, em São Paulo. 

 
 
 
Texto: Jéssika Lopes