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“O Jogo de Anne”, com dramaturgia e direção de Heitor Goldflus, estreia hoje (01/06)

Publicado em: 01/06/2023 | por: Guilherme Dearo

Fotografia colorida de dois atores em cena, na peça O Jogo de Anne

Cena de “O Jogo de Anne”, com direção de Heitor Goldflus, em produção de 2023. | Foto: Divulgação/Ronaldo Gutierrez

Se houvesse a ascensão de um novo governo totalitarista análogo ao nazismo, em quem você confiaria para te esconder? Esse questionamento é um dos pontos de partida para a criação do espetáculo “O Jogo de Anne”, com dramaturgia e direção de Heitor Goldflus, que cumpre sua temporada de estreia na Oficina Cultural Oswald de Andrade, entre os dias 1º e 17 de junho.

O elenco traz Alexandre Roit, Dinah Feldman, Ernani Sanchez e Rita Pisano. A montagem é inspirada no conto “Do que a gente fala quando fala de Anne Frank”, do autor nova-iorquino Nathan Englander.

“O texto foi uma descoberta, ao acaso. Como judeu ateu que sou, assuntos de caráter judaico que questionam a religião e seu ‘uso’ me interessam. Mas, acima de tudo, o conto é humanista, a partir do atrito entre referências judaicas laicas e ortodoxas”, revela o diretor Heitor Goldflus.

A trama se passa na confortável residência de um casal que recebe outro casal em um domingo quente de verão. Depois de morar mais de uma década em Israel, os visitantes voltam para reencontrar a amiga-anfitriã.

As duas amigas usam o passado como parâmetro para medir todas as diferenças – culturais, éticas, estéticas e religiosas – adquiridas durante o afastamento; já os maridos de ambas, que acabaram de se conhecer, precisam lidar rapidamente com essa alteridade. E, conforme o dia avança, os casais se veem envoltos em uma espécie de jogo, no qual as cumplicidades, alianças e rancores vêm à tona, colocando em xeque as garantias fragilmente estabelecidas e revelando polarizações radicais.

Além do conto de Englander, durante o processo criativo o grupo pesquisou referências bem ecléticas no cinema e na literatura que tratam de costumes e temas judaicos contemporâneos, como livros de Philip Roth, Nilton Bonder e Amós Oz; a graphic novel “Maus”, de Art Spiegelman; o próprio “O Diário de Anne Frank”; e os ensaios do Professor Bernardo Sorj, entre outras inspirações.

“Ao mesmo tempo em que há o ressurgimento de uma direita extremista em distintos países, inclusive no Brasil, é cada dia mais violento o crescimento do antissemitismo em escala mundial. E como paradoxal e imprevisível que é, ao buscarmos no indivíduo a resposta, a ótica necessária passa a ser outra: a confiança. E convenhamos: em certas situações, não há moral que resista às contradições humanas”, reflete Goldflus sobre a importância de se discutir essas questões.

Ficha Técnica
Direção e Dramaturgia: Heitor Goldflus
Assistente de direção: Thiago Sak
Elenco: Alexandre Roit, Dinah Feldman, Ernani Sanchez e Rita Pisano.
Trilha Sonora: Morris
Cenário: Chris Aizner
Cenotécnico: Sergio Sasso
Figurino: Marichilene Artisevskis
Assistente de figurino: Carolina Oliveira
Desenho de luz: Miló Martins
Programador visual: Murilo Thaveira
Redes sociais: Foyer Produções
Fotos: Ronaldo Gutierrez
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Coordenação geral do projeto: Heitor Goldflus
Direção de produção: Dinah Feldman
Produção executiva: Marcela Horta

Serviço
“O Jogo de Anne” – Projeto contemplado pelo 15ª edição do Prêmio Zé Renato da Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo.
Temporada: 1º a 17 de junho, segundas, às 15h; de quintas e sextas-feiras, às 15h e às 20h; e aos sábados e no feriado do dia 8/6, às 15h e às 18h
Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363, Bom Retiro
Ingressos: Grátis, distribuídos uma hora antes de cada sessão
Duração: 60 minutos
Classificação: 16 anos
Acessibilidade: as apresentações de 03, 10 e 17 de junho, sábados 18h contarão com interpretação em Libras

+ “Anjo de Pedra”, de Tennessee Williams, estreia em 2 de junho no Tucarena sob direção de Nelson Baskerville




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