O musical “O Rei Leão” traz para o palco do Teatro Renault, em São Paulo, um dos maiores sucessos da Broadway, adaptação do desenho homônimo lançado pelos estúdios Disney em 1994. Mas, para além das personagens engraçadas, das cores e da música da montagem, a história é, na verdade, uma releitura de um dos maiores clássicos de William Shakespeare, “Hamlet”. Para quem não percebeu a similaridade, basta pensar: o pobre leãozinho Simba perde o pai, Mufasa, que é assassinado por seu tio, Scar, cujo objetivo é tomar o lugar do irmão no comando do reino animal. Qualquer semelhança com a história do príncipe da Dinamarca não terá sido mera coincidência.
Outro espetáculo que bebeu da fonte de Shakespeare para criar sua dramaturgia foi “UBU, Folias Physicas, Pataphysicas e Musicaes”, de Alfred Jarry, montado aqui no Brasil pelo Teatro do Ornitorrinco, de Maria Alice Vergueiro e Cacá Rosset, em 1985. A história, contada com elementos circenses e repleta de humor, revisitava o sinistro “MacBeth”.
Já “Rei Lear”, também do bardo, serviu de fonte de inspiração para que a Cia. Vagalum Tum Tum criasse o espetáculo infantil “O Bobo do Rei”. Aqui, um velho rabugento faz o rei, que tem duas filhas ardilosas, Goneril e Regane, e uma romântica e sonhadora, Cordélia. O Bobo é a personagem inteligente o suficiente para se fazer passar por tolo e dizer todas as verdades que o rei precisa ouvir. Na trama, o soberano decide dividir o reino entre as três herdeiras. Convencido de que elas o amam, resolve que a partilha será feita de acordo com as declarações de amor que elas lhe prestarem. Você já ouviu essa história antes, não?