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InDica | O Desaparecimento do Elefante

Publicado em: 29/03/2013 |

Uma mulher não dorme há 17 dias. Durante as insones madrugadas, ela lê “Anna Karenina”, romance de Liev Tostói. Seu marido e filho não percebem o que está acontecendo. Aos poucos, ficção e vida real começam a se embaralhar.

 

O conto “O Sono” faz parte de um conjunto de cinco histórias que estréiam em São Paulo nesse sábado, (30). O espetáculo “O Desaparecimento do Elefante”, direção de Monique Gardenberg e Michele Matalon, estreou no Rio de Janeiro no ano passado e agora entra em cartaz no Sesc Pinheiros.  

 

No palco, André Frateschi, Caco Ciocler, Clarissa Kiste, Fernanda de Freitas, Kiko Mascarenhas, Maria Luisa Mendonça, Marjorie Estiano, Rafael Primot e Rodrigo Costa mergulham na adaptação das obras do escritor Nobel de LIteratura Haruki Murakami. Os contos “O Pássaro de Cordas”, “O Comunicado do Canguru”, “O Segundo Ataque” e “O Desaparecimento do Elefante” completam uma lista que durou cinco anos para ser liberada. “Procuramos o autor para autorizar a encenação e por muito tempo ele negou”, iniciou a diretora Monique. 

 

Cena de “O Desaparecimento do Elefante” (Foto: André Gardenberg)

 

A saga terminou quando o japonês solicitou o roteiro. “Enviamos o texto com muita expectativa e ele fez apenas uma alteração: o nome do gato de um dos contos estava soletrado incorretamente. Curiosamente, é o único personagem que possui nome”, lembra.

 

Com o texto aprovado, o próximo passo foi reunir a equipe. E a experiência das montagens anteriores sugeriu os parceiros. “Trabalhamos com Caco e a Maria Luisa em ‘Os Sete Afluentes do Rio Ota’, em 2002, e com o trio de ‘Inverno da Luz Vermelha’, Marjorie, André e Rafael, em 2010”. 

 

Para compor cenografia, iluminação e figurino, Monique buscou exagerar nos elementos para alcançar o clima surreal de Murakami. “As histórias são sobre pessoas aparentemente comuns. Até que algo nonsense surge. Cada detalhe na roupa ou no cenário lembra isso, enquanto as personagens seguem suas vidas comuns”, diz.

 

A atriz Maria Luisa Mendonça, que acaba de sair da montagem rodrigueana “A Falecida”, sob direção de Marco Antonio Braz, aponta uma outra unidade nos contos. “As histórias são marcadas pela falta de comunicação entre as personagens e uma solidão urbana que dialoga muito com o tempo atual”, indica.

 

Quanto à expectativa de cumprir temporada em São Paulo, Marjorie anuncia: “Acreditamos que o espetáculo vai se encaixar muito bem aqui. Além de a plateia paulistana ser diferente do Rio, o Sesc já tem um público cativo”, finaliza

 

 

 

Serviço:

“O Desaparecimento do Elefante”

Quando: Sextas, às 21h, sábados, Às 20h, domingos, às 18h

Onde: Teatro Paulo Autran – Sesc Pinheiros

Rua Paes Leme, 195 – Pinheiros 

Tel.: (11) 3095 – 9400

R$ 32

 

Texto: Leandro Nunes

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