Por Renata Zhaneta
Especial para o portal da SP Escola de Teatro
No último sábado (19), participei da abertura das salas no Território Cultural e fiquei bastante impressionada com a atmosfera da Escola: o seu espaço físico, o ritual, a música, a mistura de aprendizes, coordenadores, formadores e artistas convidados. Tudo dentro de um clima intenso de investigação, de mergulho em descobertas cênicas.
Tive o prazer de acompanhar os experimentos do Módulo Verde e reencontrei a dedicação pelo trabalho teatral. Assim, foi possível observar artistas e aprendizes atentos ao homem e à mulher do Brás. Cada proposta cênica nos conduzia à reflexão sobre as relações dos indivíduos com os outros indivíduos. Conectados ao tempo e à sociedade em que vivem, os aprendizes refletiram, pesquisaram e recriaram inúmeras situações do bairro. Cada sala de aula, transformada em espaço cênico, recriava o universo do Brás e transportava o público para o lugar do trabalho, das relações afetivas, dos sonhos e das (des)esperanças que podemos encontrar pelas ruas, praças, lojas e cortiços que constituem a paisagem do bairro.
A formação do cidadão e do artista se fez presente em cada sala onde estive como público. Foi possível ver a intensidade dos cidadãos, artistas, aprendizes, refletindo sobre seu tempo por meio de sua obra artística.
Fica claro, nos trabalhos apresentados e, por conseguinte, na Escola, um projeto pedagógico artístico pautado no fazer, na reflexão sobre o teatro e o papel do artista.
Renata Zhaneta é atriz, preparadora corporal, diretora e professora de interpretação
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