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Humor com Ética e Versatilidade

Publicado em: 13/02/2012 |

Eles arrancam sorrisos, fazem rir e, muitas vezes, até provocam gargalhadas. Porém, limitar sua atuação a fazer graça sempre esteve longe do que o curso de Humor da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco oferece e cobra dos aprendizes. Neste novo semestre, esta ideia se mantém viva, mas vários outros pontos, acompanhando o próprio funcionamento pedagógico da Escola, foram revisitados e alterados.

 

Raul Barretto, coordenador do curso, ressalta que o que espera dos seus aprendizes é a versatilidade e a vontade de explorar vários campos do humor, sem ter a visão limitada para um determinado estilo ou formato. “Nas outras turmas, tivemos aprendizes que chegaram à Escola querendo estudar apenas áreas como palhaçaria, bufonaria, mímica, quadrinho, stand-up, etc. Desta vez, na preleção de boas-vindas, já deixamos claro que esta não é nossa proposta.”

 

A grande missão do curso, segundo Barretto, é deixar de lado, a princípio, os rótulos tradicionais e oferecer aos aprendizes um panorama mais amplo, para que, ao final do curso, eles possam decidir qual caminho trilhar. Por esta razão, o Processo Seletivo para este semestre fez com que o coordenador se surpreendesse.

 

“Fiquei muito satisfeito com esse novo processo, porque já recebemos mais pessoas com formação na área de Artes Cênicas procurando uma especialização no humor. Também temos mais candidatos de fora de São Paulo, isso mostra que a Escola está sendo reconhecida, e faz com que o nível deste processo seletivo para Humor seja provavelmente o maior dentre todos os que já realizamos”, avalia.

 

Além da “curiosidade” para adentrar vários estilos, Barretto observa que o constante encontro entre os Cursos Regulares, que será ainda mais forte neste semestre, fortalece a visão da Escola de formar artistas – e não apenas profissionais com conhecimento técnico voltado somente para a própria área – e permite que eles trabalhem uma característica essencial para o teatro, a escuta.

 

“Ter que ouvir artistas de outras áreas e conviver com o trabalho deles influencia o seu próprio pensamento. Dessa maneira é que se trabalha nos teatros de grupo, por exemplo. O teatro é uma prática coletiva, cada integrante de uma montagem depende do próximo, então é preciso habituar-se com o fato de que nem sempre a sua vontade será preponderante.”

 

Para completar o cartel de expectativas para este semestre, o coordenador destaca algo que, para ele, deve ser cobrado de qualquer estudante ou profissional de teatro. “A ética de quem trabalha com teatro já é diferente das demais, tem alguns pré-requisitos bem específicos; esse artista é como um sacerdote, é algo que corre nas veias, por isso a dedicação deve ser integral. Sendo assim, o nível de presença em sala de aula deve sempre ser mantido alto”, finaliza.

 

 

Texto: Felipe Del