Propostas de trabalhos inspiradas na performatividade e obra do diretor e dramaturgo Antonin Artaud serão debatidas por Francisco Medeiros, coordenador do curso de Atuação da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, durante colóquios a serem realizados hoje (1º) e quinta-feira (03).
Este encontro dá continuidade ao projeto que leva coordenadores, formadores e artistas-residentes a uma maratona de estudos com especialistas nos temas a serem abordados durante o primeiro semestre de 2011.
Entre as atividades que desenvolveu, Medeiros integrou a equipe de Curadoria do Festival Internacional de Teatro de Rio Preto (FIT); foi assessor e coordenador do Ministério da Cultura, responsável pelo Projeto Mambembão de Teatro e Dança; coordenador de projetos da Theatre of Latin America, de Nova York. Junto ao Núcleo Argonautas, do qual é diretor artístico, participa de um projeto de troca de processos de criação com a Cia. Senhas, de Curitiba.
Durante o encontro, Medeiros vai abordar a obra de Artaud baseado em seus conhecimentos práticos e teóricos. Especialista na obra do dramaturgo, em 1984, o encenador montou o espetáculo “Artaud, o Espírito do Teatro”, no teatro municipal João Caetano, situado na capital paulista.
A montagem nasceu de uma oficina teatral com artistas ligados à Cooperativa Paulista de Teatro e reuniu Medeiros e o dramaturgo José Rubens Siqueira que se propuseram a estudar toda a obra de Antonin Artaud para realizar um espetáculo centrado nas criações e vida desse diretor, poeta e dramaturgo.
A personagem central do espetáculo é vivida por quatro ou cinco diferentes intérpretes, cada um, conferindo à criatura a marca de uma fase da conturbada vida de Artaud. No enredo, alguns espetáculos do dramaturgo são recriados, com o objetivo de uma exploração de seus pressupostos estéticos e artísticos.
Para Joaquim Gama, coordenador pedagógico da SP Escola de Teatro, esse projeto faz parte de um processo de planejamento, organização e estruturação dos módulos Azul e Verde, que entram em vigor, a partir de 22/2, com o início das aulas. “A ideia é levar o corpo docente a levantar temas e materiais por meio de discussão e estudos com artistas e pesquisadores especialistas para passar esse repertório aos aprendizes,” explica.
Quem inaugurou a série de colóquios foi o pesquisador Cassiano Sydow Quilici, que deu inicio à discussão sobre a obra de Artaud e o teatro ritual. Os encontros continuam até sexta-feira (18/02) e contarão com nomes como Roberto Melo, iluminador e arquiteto, que ministrará colóquios sobre o movimento Bauhaus e o teatro; Lucio Agra, professor, poeta e performer, que falará sobre a performatividade, e Elena Vassina, pesquisadora e professora russa, que abordará a obra do dramaturgo Anton Tchecov.