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FIT recebe a SP Escola de Teatro

Publicado em: 19/07/2010 |

Promover publicações e gerar conteúdos relacionados às Artes Cênicas no Brasil é uma das propostas da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, que desembarcou no Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT), com dois projetos que propiciam uma nova fonte de pesquisa e repertório para pesquisadores e profissionais da área.

 

Durante a programação paralela do festival, a Escola apresentou a Enciclopédia Virtual do Teatro Brasileiro e a Coleção Primeiras Obras.  Artistas de teatro e espectadores em geral aprovaram as duas iniciativas, mostradas na Swift, espaço de uma antiga fábrica desativada no Noroeste paulista, onde está a sede do FIT. Entre eles, a professora da UniRio Maria Helena Werneck; Vanize Carneiro, do festival Porto Alegre em Cena; o diretor teatral Fabio Mazzoni; a crítica e professora Cássia Navas; a coreógrafa e intérprete Emilie Sugai; Isabel Ortega, curadora do Mirada (Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos) e coordenadora no Festival de Cádiz; e o crítico e diretor teatral Maurício Paroni.

 

A Enciclopédia Virtual do Teatro Brasileiro, que pretende mapear o teatro nacional a partir de um modelo colaborativo de produção intelectual, chamou a atenção de Maurício Paroni, que incluiu pessoalmente um verbete na publicação virtual. Ele acredita que a iniciativa é extremamente válida. “Democracia de verdade. Essa enciclopédia distribui conhecimento teatral. Vai ter seus bons efeitos no teatro brasileiro”, afirma.

 

Durante a abertura do festival, ao anoitecer do dia 16 de julho, os autores Gabriela Mellão, Lucianno Maza e Roberto Alvim participaram de sessão de autógrafos da Coleção Primeiras Obras, da qual fazem parte. A coleção nasceu com o intuito de documentar o movimento dramatúrgico que surgiu, no final dos anos 90, na Praça Roosevelt, centro de São Paulo, e é formada por 20 volumes com textos teatrais. Em sua primeira etapa, os primeiros nove volumes são dedicados ao trabalho de Otávio Martins, Gabriela Mellão, Ivam Cabral, Sérgio Roveri, Sergio Mello, Rudifran Pompeu, Roberto Alvim, Marcos Damaceno, Lucianno Maza e Vera de Sá.

 

O 10º volume é uma coletânea que reúne 29 peças de diversos autores apresentadas durante o DramaMix 2007, evento que integra as Satyrianas, realizado na Praça Roosevelt:  Alex Gruli, Ana Rüsche, Andréa Bassitt, Antonio Rocco, Bráulio Mantovani, Célia Forte, Cláudia Vasconcellos, Contardo Calligaris, Duílio Ferronato, Eduardo Sterzi, Gerald Thomas, Germando Pereira, Jarbas Capusso Filho, João Luiz Sampaio, José Simões, Jucca Rodrigues, Lúcia Carvalho, Marici Salomão, Mário Viana, Mário Bortolotto, Marta Góes, Nicolás Monasterio, Noemi Marinho, Renata Pallottini, Roberto Alvim, Priscila Nicolielo, Paulo Vereda, Rogério Toscano, Sabina Anzuategui.

 

“Para quem está começando, quem está no meio do caminho ou quem já completou esse caminho, ou seja, para qualquer tipo de autor ou pesquisador, ler dramaturgia e saber o que está acontecendo na cena atual do teatro brasileiro alimenta a alma, a arte e a vida” declarou Gabriela Mellão, curadora do FIT, durante sua sessão de autógrafos da Coleção Primeiras Obras. “Publicação de dramaturgia contemporânea é raro. Esse ensejo traz possibilidades para aqueles que não têm acesso aos espetáculos em São Paulo. Quem não pode ir ao teatro, pode ir aos livros!”, finalizou.

 

O dramaturgo Lucianno Maza, que participa da Coleção, diz que é essencial ter uma publicação que congregue informações sobre o teatro brasileiro. “As duas iniciativas são uma maneira inteligente de registrar o teatro numa época importante, quando ele busca  trabalhar numa linha que não é necessariamente comercial e possui uma identidade própria. Obras e artistas materializados e registrados perpetuam a história e valorizam a profissão”, conclui.

 

Em sua primeira participação no FIT, a SP Escola de Teatro promoveu o acesso do público a novos projetos que visam a preservação da memória e o intercâmbio entre profissionais da área. A curadora do Festival Mirada, Isabel Ortega, vislumbra nas iniciativas uma evidência: “elas ocupam um espaço, até então, inexistente”.