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Emoção, homenagens e muito talento: confira como foi o show de abertura da 10ª edição da SP Transvisão, na sede Roosevelt

Publicado em: 24/01/2022 |

No último domingo, 23, a sede Roosevelt da SP Escola de Teatro foi o palco da abertura da 10ª edição da SP Transvisão, iniciativa que celebra a diversidade e o respeito que a instituição tem com os corpos e corpas trans. Após a divulgação de uma galeria especial que celebra as 10 edições do projeto e um documentário comemorativo, teve início o show de variedades, que foi integralmente transmitido online via Youtube, e portanto pôde alcançar e emocionar também aqueles que não puderam comparecer presencialmente.

Foram seis excepcionais apresentações que despertaram diversas emoções no público, cada uma à sua maneira. A primeira performance artística foi do ator e cantor trans Kaique Theodoro, com a música autoral ‘Ao Sol’, mesclada com uma poesia cuja temática tece uma crítica e confronta a lógica do sistema atual. “Eu não nasci para caber na tua bolha”, declamou o artista.

Marcia Dailyn na 10 edição do SPTransvisão. Foto: André Stefano

As performances seguiram com as musas trans, apoiadoras e colaboradoras da SP Escola de Teatro, que brilharam com grandes interpretações de sucessos musicais! Adriana da Silva, que é diretora adjunta do APOGBLT SP (ONG responsável pela maior Parada LGBTQI+ do mundo), maravilhou o público com sua escolha ‘All the man that I Need’, da eterna diva Whitney Houston.

A apresentação de Danee Amorim entregou muita originalidade. A bailarina dançou ao som de Canto de Oxum, impossível não se emocionar com o clássico do MPB brasileiro composto do Vinicius de Moraes e Tom Jobim, na voz de Maria Bethânia. Ingrid Soares trouxe leveza e precisão com sua incorporação da rainha do Pop Madonna, e foram muitos aplausos para a sua interpretação da música  Frozen!

Gretta Star iluminou o palco com sua presença, o figurino rosa e brilhante fazia jus à música que representou: La vie en Rose, de Édith Piaf, na versão de Dalida. Para fechar com chave de ouro, a plateia se comoveu com Márcia Dailyn, que trouxe uma das canções mais emblemáticas da querida, recém falecida, Elza Soares, ‘Mulher do Fim do Mundo’, em uma verdadeira homenagem que ficou na memória daqueles que assistiram!

Kaique Theodoro. Foto: André Stefano

Após as apresentações as artistas agradeceram o carinho do público, Márcia Dailyn, em especial, comemorou: “Hoje eu estou aqui com uma constelação de estrelas! Muito obrigada Ivam Cabral, muito obrigada coordenadoria e diretoria da SP e nossos apoiadores, muito obrigada! Esta sou eu, e isso é de carregar essas tantas histórias que temos carregado e contado! E iremos contar mais essa: A 10 edição do SP Tranvisão!”. Elas também fizeram algumas considerações importantes sobre representatividade e a importância da iniciativa da escola, que em 2020 recebeu o selo diversidade, por ser pioneira em abrir um espaço e acolher pessoas trans e travestis. Danee Amorim compartilhou um pouco de sua experiência:

Danee Amorim. Foto: André Stefano

“Só quem é do meio sabe o quanto é massacrante o preconceito. Desde muito nova, eu me acostumei com o sentimento de desprezo, de ser uma pessoa indigna. A sociedade pensa o pior de nós e, por isso, muitas vezes, nós mesmas, ainda que muito jovens acabamos por reproduzir esse pensamento. Essa construção de ser ver como uma cidadã, um ser digno, digno do jeito que é, é muito especial e significativa.” A artista comenta a importância da representatividade trans nesse contexto, ela revela que fez um curso de dança, no entanto, não seguiu a carreira por não acreditar que existia espaço para uma mulher trans no meio. Danne celebrou a representatividade trans que ascende na atualidade, e agradeceu: “Às pessoas trans, tantas que trilharam esse caminho que muitas vezes é tortuoso, devemos honrar a existência dessas pessoas que por vezes deram a própria vida em favor dessa causa. A representatividade tem o poder de salvar a gente!”

Adriana da Silva. Foto: André Stefano

Kaique Theodoro também agradeceu o espaço: “Estar mostrando o meu trabalho é muito importante após todo esse momento longe do palco, ainda mais no mês da visibilidade trans. Mesmo com toda essa transfobia estamos aqui presentes com nossos corpos e narrativas, e isso vai para além do simbólico, estamos comemorando todas as pessoas que lutaram para que nós estivéssemos aqui. Muitos de nós não tiveram a chance e a oportunidade de estar além do lugar de marginalização que nos colocam, então aqui estamos, e vamos entender essa merda desse contexto e celebrar nossa ocupação de espaço, estou muito feliz de estar aqui e só tenho a agradecer”.

Ingrid Soares/ Foto: André Stefano

Confira as fotos desse momento emocionante:





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