EN | ES

Em cartaz na SP Escola de Teatro, Cães de Rua promove debate sobre fake news e negacionismo

Publicado em: 22/04/2022 |

Em cartaz na SP Escola de Teatro, Cães de Rua propõe ao público um debate visceral sobre fake news e negacionismo. Além disso, de maneira não convencional, a montagem leva o espectador a conhecer um grupo de terapia. Nesse contexto, os atores realmente se misturam com a plateia — um conceito formatado por Patrícia Vilela, responsável pelo texto e direção da peça. “O público está ali para ter um olhar fechado e bem apurado em cima dos dramas de cada personagem”, explicou a diretora em entrevista ao SP Palco, nesta terça-feira (19).

Processo seletivo curso técnico: SP Escola de Teatro abre seleção para 100 vagas

O SP Palco é uma ação idealizada por Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro, e realizada pela Extensão Cultural e Projetos Especiais, coordenada por Miguel Arcanjo Prado. A ação conta ainda com a colaboração e participação de Elba Kriss, analista de Projetos Especiais, e Rodrigo Barros, assistente de Projetos Especiais. Patricia, diretora de Cães de Rua, conversou com Barros na terceira edição do quadro, que acontece sempre em transmissão ao vivo no YouTube da instituição.

Inscrições abertas para o curso presencial e gratuito Teatro decolonial – reflexão e investigação cênica

Cães de Rua, da Cia Colaatores — também comandada pela atriz, dramaturga e diretora Patrícia Vilela –, estreou no último domingo (17) na sala Hilda Hilst da Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro. A montagem foi escrita em 2020, durante a pandemia e antes da invasão do Capitólio nos Estados Unidos por grupos extremistas da ultradireita. Por isso, o espetáculo trata de pessoas traumatizadas vítimas de diversas modalidades de golpes. Nesse contexto, o enredo apresenta um grupo de apoio formado por 13 pessoas reunidas pelo psiquiatra Dr. Felipe Basili.

No palco –montado em formato de arena com atores e espectadores lado a lado–, as personagens manifestam questões fundamentais sobre a vitimização para serem analisadas pelo psicanalista, uma espécie de eco existencial dos pensamentos do filósofo grego Diógenes, o Cínico, que vagava incansável pela civilização com sua lanterna em punho à procura de pessoas honestas.

Ao SP Palco, Patrícia deu detalhes de como Cães de Rua nasceu em meio a reuniões da companhia Colaatores no período de confinamento. “Nas conversas e reuniões, acabamos caindo nesse assunto de golpes, vítimas e abusos. Aí, um dos atores falou: ‘Eles poderiam se encontrar. Nós poderíamos fazer vítimas’. Dentro desse assunto sempre tem a vítima e os que aplicam os golpes. Então, imaginamos que eles poderiam se encontrar numa espécie de grupo de terapia”, narrou.

“E me veio logo à cabeça o grupo de terapia. E assumi essa ideia com muita gente [em cena] e com temas variados tanto sobre abuso quanto golpes”, destacou. Os conflitos exibidos nos dramas de cada personagem acontecem ali entre a plateia graças ao formato de arena pensado pela artista. “O público faz parte da terapia”, frisou ela.

Curso presencial e gratuito | Teatro decolonial – reflexão e investigação cênica

O texto de Patrícia também retrata também o universo das fake news, o negacionismo científico, os grupos manipuladores de informação, os políticos imorais e os golpistas que se aproveitam da carência e ingenuidade dos mais vulneráveis, manipulam e devoram os restos de uma sociedade psicologicamente fragilizada.

Cães de Rua tem ainda participação do apresentador e comunicador Marcelo Tas –que aplaudiu pessoalmente o elenco na estreia no último domingo. Na montagem, ele empresta sua voz à história. “Ele faz parte do elenco com uma voz em off. Ele não é o Tas na peça, faz um personagem que é um âncora de jornal que dá uma notícia ao final da peça”, explicou a artista.

“Eu queria muito que fosse o Marcelo. Gosto muito dele. É um cara muito generoso e tem credibilidade como jornalista. E tem a ligação dele com a Bel [Bel Kowarick, mulher do comunicador], que é atriz. Então, achei que seria um nome perfeito. E ele aceitou prontamente fazer o trabalho. Nos recebeu muito bem na casa dele”, completou.

Cães de Rua permanece em cartaz todos os domingos até 26 de junho, sempre às 18h, na Unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro.

Serviço:
Temporada: 17 de abril a 26 de junho
Dias e horários: Domingos às 18h
Gênero – Drama
Duração – 75 minutos
Classificação indicada – 18 anos
Lotação: 18 lugares
Ingressos – R$ 40,00 meia R$ 20,00
Vendas somente online: https://www.sympla.com.br/produtor/spescoladeteatrodigital?tab=proximos-eventos
Local: SP Escola De Teatro | Endereço: Praça Roosevelt, 210 – Bela Vista – São Paulo – SP




Relacionadas:

Notícias | 24/ 04/ 2024

“Ainda Dá Tempo”, traz discussão sobre relacionamento e passagem de tempo no palco do Teatro Uol

SAIBA MAIS

Notícias | 24/ 04/ 2024

SP Escola de Teatro se despede de Sérgio Campanelli

SAIBA MAIS

Notícias | 24/ 04/ 2024

Sesc Belenzinho apresenta “Elefante”, espetáculo que reflete sobre o envelhecimento

SAIBA MAIS