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Educação do Olhar

Publicado em: 16/06/2010 |

No sábado, 12 de junho, o escritor, dramaturgo, roteirista e diretor de cinema Fernando Bonassi, ministrou uma aula especial intitulada Educação do Olhar – Cinema e Artes Visuais, para o curso de Iluminação da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.

 

Durante a manhã de sábado, o escritor discorreu sobre sua trajetória profissional e ressaltou a importância do artista em se relacionar com seu próprio tempo, utilizando a cultura moderna e a vivência particular dentro da metrópole como força propulsora da criação. “Não basta colocar a luz em alguma coisa para fazer efeito. É preciso fazer vibrar a cena. Para isso, o iluminador tem que participar de todo o processo de um espetáculo, para criar e interferir nas cenas ao lado dos atores. Não gosto de trabalhar com gente que não dá palpite. É preciso participar do jogo da criação”, aponta.

 

Para Arnaldo José Gonçalves, aluno de Iluminação, o dia foi esclarecedor. “Ele nos disse da importância de sermos simples, de saber trabalhar com os recursos disponíveis”, conta.

 

Os aprendizes sentaram em círculo para ouvir e discutir a necessidade de repertório para o ofício de iluminador “O teatro é um modelo de manifestação ágil e poderoso. Se o iluminador está inserido nesse caldo cultural, em sintonia com o que acontece, o resultado estará em um trabalho diferenciado e inovador”, acredita Fernando.

 

“Como disse o escritor: é precisar ouvir com os olhos e enxergar com o ouvido. É necessário buscar uma percepção não só visual, mas algo além disse. Esse é o nosso papel como iluminadores”, comenta o aprendiz Rubens Masson.

 

Formado em cinema pela USP, Bonassi é autor de livros infantis e adultos, tais como Declaração Universal de Direitos do Moleque Invocado, O Menino que se Trancou na Geladeira, Um Céu de Estrelas e Passaporte. Como roteirista, trabalhou na TV Cultura nos seriados Castelo Rá-Tim-Bum e Mundo da Lua. Atualmente, desenvolve a série Força Tarefa, da TV Globo, em parceria com o escritor Marçal Aquino. Em dramaturgia, o destaque de sua carreira foi Apocalipse 1.11, espetáculo inspirado no último episódio do livro bíblico, em coautoria com o Teatro da Vertigem, de Antonio Araújo.

 

Dentre os seus últimos trabalhos em roteiro cinematográfico constam Cazuza – O Tempo não Pára, Carandiru e Lula – O Filho do Brasil.