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Dramaturgia em Foco

Publicado em: 28/04/2011 |

Criador e diretor de pelo menos 20 peças, até o momento, Roberto Alvim, se interessou e se apaixonou por literatura precocemente, aos 8 anos. O dramaturgo se formou na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio de Janeiro, e logo se tornou conhecido e premiado. Entretanto, Alvim teve a ideia de largar sua profissão, repentinamente, para se isolar em uma cabana, no sertão do Piauí, durante 21 dias. Sem contato com ninguém e comendo e bebendo apenas o necessário para sobreviver, ele revela que fez isso em busca de autoconhecimento. 

 

Não muito tempo depois de ter voltado à sua rotina, surge um convite para retomar também a sua carreira de direção teatral. Antes de completar 30 anos, Alvim tornou-se diretor artístico do Teatro Carlos Gomes e, depois, do Teatro Ziembinski, ambos no Rio de Janeiro.

 

Em 2006, o diretor se muda para São Paulo e funda, com a atriz Juliana Galdino, a Cia. Club Noir, que pretende descobrir e dar voz a novos dramaturgos brasileiros e internacionais. Nesta Companhia, encena 10 peças, dentre elas: “Anátema” (2006); “O Quarto” (2008/2009), indicado ao Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro de Melhor Espetáculo do Ano e vencedor do Prêmio BRAVO! 2009 de Melhor Espetáculo Teatral do Ano; “H.A.M.L.E.T.” (2010), indicado ao Prêmio Shell de Melhor Iluminação; “O Fim da Realidade” (2010), indicado ao Prêmio BRAVO! de Melhor Espetáculo do ano e ao Prêmio Shell de Melhor Espetáculo, além de ter sido eleito o melhor espetáculo do ano pelos críticos da Folha de S. Paulo; e “Pinokio” (2011).

 

Outra expressiva criação por parte de Alvim é a fundação da Oficina Regular de Dramaturgia, no Teatro José Maria Santos, em Curitiba, onde todos os participantes analisam obras de importantes dramaturgos e produzem textos originais, os quais são submetidos a críticas e sugestões do ministrante. Além disso, em 2010, o dramaturgo também assina a curadoria do Festival Internacional de Teatro (FIT), em São José do Rio Preto.

 

Quando perguntado sobre quais figuras/artistas ele considera ícones na área de direção, Alvim é taxativo: “todas as grandes figuras do passado são exemplos, nunca modelos. Só se afirmaram por constituírem-se como alteridades, e é deste modo que devemos ver a nós mesmos agora”. 

 

Neste ano, Alvim faz parte do corpo de artistas residentes da SP Escola de Teatro, contaminando diversos aprendizes com suas revoluções no campo do teatro, em especial na Dramaturgia. “Para ministrar um bom curso de dramaturgia me baseio em uma percepção aguda – e profundamente embasada – de que é preciso forçar cada autor a inventar sua própria voz, descolada das formas e discursos hegemônicos.”