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Dramaturgia Contemporânea por Quem a Vivencia

Publicado em: 11/03/2013 |

A dramaturgia contemporânea e suas facetas estiveram em evidência na mesa de discussão promovida pelo setor de Extensão Cultural da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, no último sábado (9), na Sede Roosevelt da Instituição.

 

Com a proposta de debater a dramaturgia atual e compartilhar com o público suas vivências, estavam reunidos na mesa Maurício de Arruda Mendonça, Marici Salomão, Claudia Schapira e Flávio Marinho. A mediação foi feita por Alex Giostri.

 

No início, a conversa abordou os diferentes segmentos da área, como a chamada dramaturgia de gabinete, utilizada para se referir aos profissionais que escrevem seus textos isoladamente do processo de montagem cênica. Após algumas considerações a respeito do assunto, Marinho, que escreve tanto para teatro como para televisão – atualmente, trabalha para a Rede Globo –, alertou: “Temos de tomar cuidado com selos e etiquetas, pois isso limita nossa atuação”.

 

Marici, que além de dramaturga é jornalista e coordenadora do curso de Dramaturgia da Escola, concordou, mas salientou que também é “contra rótulos, mas não contra conceitos”.

 

A discussão, então, passou a abranger a velha questão forma/conteúdo. A dramaturga, diretora, atriz e figurinista Claudia Schapira, então, disse: “Acho que forma e conteúdo estão intrínsecos. A possibilidade da experiência sem nenhum tipo de barreira é a potência do contemporâneo”.

 

Além de mediar, Giostri se posicionava, vez ou outra, na conversa. “Acho que tem de haver uma pesquisa de campo, na qual se estabeleça o que se quer dizer e para quem se quer dizer”, comentou o dramaturgo, cineasta e editor responsável pela Giostri Editora. Sobre esse mesmo tópico, Maurício de Arruda Mendonça reforçou que “o maior risco que corremos é subestimar o público”. 

 

O debate ainda abarcou temas como os tipos de público de teatro, ética profissional e as dificuldades vivenciadas por dramaturgos e apoios e patrocínios. Falando sobre a relação entre teatro e sociedade, Marici aproveitou para comentar sua recente ida ao Reino Unido, a convite do British Council, onde travou contato com importantes profissionais britânicos.

 

“Teatro e sociedade tem de caminhar juntos. Lá no Reino Unido isso acontece. As peças levam para os palcos discussões sobre as notícias que estampam as capas dos jornais e os assuntos mais relevantes”, observou.

 

Ao término do encontro, os participantes agradeceram pelo convite e ressaltaram a importância da discussão. “Foi importantíssimo o que conversamos hoje. O que foi falado serve para refletirmos sobre o que fazemos. Agradeço por estar podendo falar”, concluiu Claudia. Maurício, que se disse muito satisfeito com as provocações lançadas, recomendou: “Façam o teatro que vocês querem ver”.

 

 

Texto: Felipe Del