A plateia que ocupava o teatro do Galpão do Folias permanecia ansiosa. Ao anunciar o vencedor, comemorações e aplausos. E um longo sorriso no rosto. Ontem (25), a entrega do Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro 2012 contemplou 16 categorias e comemorou os melhores do teatro. A SP Escola de Teatro – Centro de Formações as Artes do Palco esteve lá acompanhou a celebração.
Para iniciar a noite, as meninas do Clarianas entoaram suas canções. O conjunto faz parte do projeto musical do Grupo Clariô de Teatro. Criado em 2005, o coletivo realiza sua pesquisa na arte feita na periferia. E a apresentação da cerimônia ficou a cargo do Grupo 59.
Entre os indicados, dois vencedores celebram parcerias com a Escola. O primeiro foi o espetáculo “Recusa”, da Cia. Balagan, que conquistou os prêmios nas categorias Trabalho Apresentado em Sala Convencional e Projeto Sonoro. O grupo, dirigido por Maria Thais, inaugurou o espaço cênico da Instituição de outubro a dezembro do ano passado com a mostra “Recusa e Prometheus – Uma Simetria Invertida”. No palco, exploraram as lendas e mitos dos ameríndios e dos gregos, além de exibição de filmes e mesas de discussão. “Estou muito feliz por ter participado desse trabalho. A ocupação na SP Escola de Teatro e na Praça Roosevelt fez ecoar a questão indígena. E é essa a nossa alegria: a de poder juntar muita gente para falar sobre o tema. O prêmio reconhece essa missão”, comemorou o ator Eduardo Okamoto.
A etno-musicista Marlui Miranda foi escalada pela Balagan para receber o troféu de Projeto Sonoro, já que a direção musical de “Recusa” é dela. A cantora, compositora e pesquisadora de música indígena, ainda participou da noite de premiação com um show, que reuniu cantos em diversos idiomas indígenas. “Eu agradeço a todos e vejo esse prêmio como uma integração entre todas as áreas, tanto atores, como iluminação e cenário. Esse prêmio é nosso!”, afirmou Marlui.
Outro premiado foi “Bom Retiro – 958 metros”, do Teatro da Vertigem. O grupo conquistou o troféu de Melhor Projeto Visual, que é composto por iluminação, cenografia, figurino, adereços e maquiagem. O desenho de luz do espetáculo é assinado por Guilherme Bonfanti, coordenador do curso de Iluminação da Escola, e a imagem é de Grissel Piguilem, formadora do curso. Ainda integra a equipe, o artista residente de Iluminação, Antonio Duran.
Confira a lista dos vencedores:
1 – Dramaturgia: criação individual ou coletiva em espetáculo apresentado em sala convencional, rua ou espaço não convencional.
Coletiva, por “Barafonda”, Cia. São Jorge de Variedades.
2 – Direção: criação individual ou coletiva em espetáculo apresentado em sala convencional, rua ou espaço não convencional.
Coletiva, por “Barafonda”, Cia. São Jorge de Variedades.
3 – Elenco: em espetáculo apresentado em sala convencional, rua ou espaço não convencional.
Brava Companhia, por “Corinthians, Meu Amor – Segundo Brava Companhia, uma Homenagem ao Teatro Popular União e Olho Vivo”.
4 – Trabalho apresentado em sala convencional: “Recusa”, da Cia. de Teatro Balagan.
5 – Trabalho apresentado em rua.
“Barafonda”, da Cia. São Jorge de Variedades.
6 – Trabalho apresentado em espaços não convencionais.
“Mateus, 10”, Tablado de Arruar.
7 – Trabalho para plateia infanto-juvenil: apresentado em sala convencional, rua ou espaço não convencional.
“A Menina Lia”, Cia. do Fubá.
8 – Grupo ou Companhia revelação: do interior, litoral ou capital do Estado.
Grupo Teatral Parlendas.
9 – Trabalho apresentado no interior e litoral paulista: em sala convencional, rua ou espaço não convencional.
“A Falecida”, Teatro do Kaos (Cubatão-SP).
10 – Projeto Visual: compreendendo a integração orgânica entre os elementos plásticos e visuais do espetáculo e sua realização cênica – iluminação, cenografia, figurino, adereços e maquiagem.
“Bom Retiro 958 Metros”, com a Cia. Teatro da Vertigem.
11 – Projeto Sonoro: compreendendo a integração orgânica entre os elementos sonoros do espetáculo e sua realização cênica – palavra, canto, trilha original ou adaptada, arranjos e sonoplastia.
“Recusa” – Cia. Teatro Balagan – Direção musical: Marlui Miranda.
12 – Ocupação de espaço: compreendendo sala convencional, rua ou espaços não convencionais, no interior, litoral ou capital do Estado.
Companhia Teatro de Heliópolis – “O Dia em que Túlio Descobriu a África” – Ocupação da Casa de Teatro Maria José de Carvalho.
13 – Publicação dedicada ao universo do teatro: suas diversas vertentes, relações e linguagens, em projetos de grupos e companhias teatrais, instituições ou similares.
“Caderno de Erros II” – Brava Companhia. Relato de processo.
14 – Grupo ou Cia com sede em “espaços fora de circuito comercial ou tradicional”.
Telhado Cultural Engasga Gato, em Ribeirão Preto- SP.
15 – Mostras e/ou festivais teatrais realizados por grupos e/ou movimentos.
3º Encontro de Mamulengo – Mamulengo da Folia.
16 – Prêmio Especial.
Ocupação Cultural do Coletivo Dolores Boca Aberta e o Festival Teatro Mutirão – Ocupação político – artística numa praça ao lado do metrô Artur Alvim (zona leste paulistana) com 15 dias de ocupação e atividades de formação, apresentações de peças teatrais, apresentações musicais e montagem de um monumento na praça. Com a participação de diversos grupos parceiros entre os dias 1º e 15 de setembro de 2012.
Texto: Leandro Nunes