EN | ES

Confira como foi o segundo dia do colóquio sobre arte inclusiva, na Roosevelt

Publicado em: 13/11/2019 |

Encontro aconteceu na unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro. Foto: Bruno Galvincio/SP Escola de Teatro

POR MARINA SUASSUNA

O segundo dia do colóquio luso-brasileiro “Arte Inclusiva? Quem Inclui Quem?” foi aberto com o painel “Teatro na Prisão, com a participação de Luísa Pinto (Universidade do Porto), Sérgio Kauffman (UniRio), Alex Giostri (Editora Giostri), Carolina Nóbrega da Silva (Grupo do Trecho) e Adriana Vaz (pesquisadora).

O painel buscou mapear as experiências dos convidados com o sistema carcerário, apresentando suas perspectivas de reinserção social por meio da arte. “A prática artística não pode existir no contexto prisional apenas para ocupar o tempo ocioso. Ela é tão fundamental quanto ir à escola”, declarou a diretora portuguesa Luísa Pinto, que há 13 anos desenvolve um projeto de teatro com detentos do sistema prisional no Porto.

Durante a mesa, Alex Giostri enfatizou a necessidade de estabelecer um sistema pedagógico dentro do sistema prisional como parte da redução de danos para a reconstrução e construção de uma nova identidade. Segundo ele, “as atividades artísticas possibilitam aos detentos se reordenar emocionalmente”.

Na sequência, os artistas Mauricio Paroni (diretor teatral com deficiência), Rafael Barbosa (dançarino com deficiência) e Gabriel Souza (professor e bailarino com baixa visão) debateram sobre acessibilidade dos artistas à arte, com mediação da coreógrafa Fernanda Amaral.

“É muito difícil ter incentivo pra ser artista. Quando se trata de uma pessoa com deficiência, a dificuldade é ainda maior. É preciso fazer mais eventos como esse para discutirmos juntos políticas públicas para a questão”, ressaltou Gabriel Souza, bailarino do Coletivo Tripé e portador de baixa visão.

Fernanda Amaral também destacou o papel da SP Escola de Teatro em políticas de acessibilidade. “Continuem formando turmas inclusivas. A SP é um dos poucos lugares onde temos essa abertura, é uma fronteira completamente rompida.”

À TARDE

O lugar de fala e de produção artística dos artistas transgêneros foi tema do painel Arte e Gênero, com mediação do jornalista Miguel Arcanjo. Na ocasião, os convidados Márcia Araújo Dailyn (atriz trans d’Os Satyros), Dani Veiga (dramaturgo trans) e Divina Valéria (atriz trans) buscaram redimensionar a importância que esses artistas têm na Cultura a partir de suas experiências pessoais.

Encerrando o dia, o público pôde conferir o painel “As experiências sobre arte inclusiva em Portugal e o Projeto Ponto Firme”, com participação do estilista Gustavo Silvestre e da professora e diretora portuguesa Luísa Pinto. Com mediação de Elen Londero, o debate girou em torno dos projetos de cada convidado e como eles têm trabalhado a ideia de inclusão.

Silvestre desenvolve um projeto de grande importância em penitenciárias, levando o trabalho artesanal de crochê, enquanto Luísa tem produções artísticas envolvendo reclusos para além dos muros da prisão. Entre essas produções destaca-se o filme concerto “O Filho Pródigo” em parceria com Carlos Coelho, com estreia prevista para o dia 16 de novembro, dentro do festival Satyrianas.




Relacionadas:

Notícias | 26/ 04/ 2024

Miguel Arcanjo representa SP Escola de Teatro na Bett Brasil, maior feira de educação e tecnologia da América Latina

SAIBA MAIS

Notícias | 26/ 04/ 2024

Inscreva-se para a oficina gratuita “Artistas Realizadores”, sobre produção de projetos teatrais

SAIBA MAIS

Notícias | 25/ 04/ 2024

Cia. Palhadiaço comemora 10 anos com circulação de Espetáculo Espetacular na ZL

SAIBA MAIS