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Caminho Ancestral

Publicado em: 25/09/2012 |

 

 

Omolú e a aluna Carol Carolina (Foto: SP Escola de Teatro/Hélio Dusk)

“Não façam movimentos à toa. Tenham compromisso com o som, com o ritmo e com seu corpo”, enfatizou Augusto Omolú. Era quase 21h, do último sábado (22), e nem sequer parecia a despedida do curso “A Dramaturgia da Dança dos Orixás”, promovido pela SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco em parceria com a Palipalan Arte Cultura.

A aula seguia com intensos exercícios, ao fim de cada série, novos passos eram incorporados. Os alunos trabalharam a dramaturgia corporal de quatro orixás: Ogum, Iemanjá, Oxum e Oxóssi. As quatro improvisações visavam aplicar a energia e os gestos de cada divindade, desde a força brutal de Ogum à doçura e sensualidade de Oxum. “Ele traz uma ancestralidade que eu buscava mas ainda não havia encontrado. Como atriz, procuro unir o teatro à toda cultura afro”, disse a aluna Jô Freitas, quando a aula terminou.

Ao fim, Augusto Omolú apresentou parte de um trabalho desenvolvido segundo a antropologia teatral e disse: “Chegamos ao término de mais uma jornada. Espero que vocês tenham assimilado o conteúdo e que seja o início de um novo conhecimento, não de uma nova espiritualidade, mas de uma nova consciência artística. Nós, brasileiros, precisamos reconhecer nossa cultura e todo esse estudo que desenvolvi, é uma forma de valorizar algo tão próximo de cada um de nós. Vamos mostrar que o Brasil é muito mais que mulheres nuas e futebol. Somos cultura”, ressaltou.
 

Outra aluna, Marina Morena estava entusiasmada com as aulas e também triste pelo fim do curso. “É grandiosa a forma como o Augusto utiliza outras linguagens e as converge no teatro. Essa cultura está tão próxima e é tão nossa. Muitas pessoas vêm de outros países só para conhecê-la e é preciso dar valor a ela. Tudo isso aqui é lindo porque é brasileiro”, contou.

 

Sob aplausos, Augusto não se despediu. “Agora vamos caminhar juntos. Vocês não podem se esquecer do que aprenderam. Trabalhem com amor e esforço. Com isso, é possível dar vida a tudo que imaginamos.”

 

Texto: Leandro Nunes

 

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