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Até Logo!

Publicado em: 23/07/2012 |

Em um dos trechos de “Hamlet”, de Shakespeare, o príncipe tem um diálogo com seu amigo Horácio, no qual afirma que o mais importante de tudo é “estar pronto”. Indo, conscientemente, na contramão dessa reflexão do maior dramaturgo da história, a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco estampa, na camiseta dos aprendizes que estão concluindo o ciclo de quatro Módulo dos Cursos Regulares, o seguinte: “O importante é NÃO estar pronto”. Na última sexta-feira (20), mais dessas simbólicas camisetas foram vestidas, em um dia repleto de atividades que marcaram o encerramento do semestre letivo.

 

A celebração, realizada na sede Roosevelt da Instituição, começou logo cedo e de forma musical. Aprendizes de Sonoplastia de ambos os Módulos (Azul e Verde) apresentaram os trabalhos desenvolvidos em sala de aula ao longo do semestre. 

 

Durante toda a manhã, o público pode conferir trilhas sonoras para cinema, criadas sob a coordenação do músico Gregory Slivar; canções inspiradas no MiniDrama – concurso cultural promovido pela Escola em 2010 – e nas temáticas de cada Experimento, com o formador do curso, Martin Eikmeier; um estudo sobre forma e canções, liderado pelo ator, DJ e MC Eugenio Lima, e música eletroacústica, com o artista residente de Sonoplastia Ricardo Severo, e os compositores Rodolfo Valente e Wilson Sukorski.

 

“Além de uma celebração, este encontro foi pensado para rever trabalhos, debater, criar apontamentos e ver o que a gente pode fazer no próximo semestre”, comentou Raul Teixeira, o coordenador do curso.

 

Do som para a representação, a programação da tarde foi estreada por Sérgio Ponti, que estava concluindo os quatro Módulos do curso de Atuação. Como forma de homenagear a ocasião, Ponti fez uma apresentação cênica-performativa, baseada em “Idade Madura” e “Resíduo”, obras poéticas de Carlos Drummond de Andrade.

 

Sérgio Ponti deu vida à poesia de Drummond (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

Sozinho em cena e em um cenário simples, o aprendiz portava um bumbo cujo tom ecoava por todo o prédio a cada batida e valorizava ainda mais cada verso entoado. Ao final, o ator agradeceu e disse algumas palavras aos espectadores: “Encaro essa cena como uma abertura de processo, pois faz parte da minha pesquisa e tem um caráter meio experimental. Carrego na mochila uma experiência de dois anos na Escola, com muito prazer e satisfação. Este é um espaço de vivência muito significativo, para onde podemos trazer nossas questões”.

 

Enquanto tudo acontecia, e ainda dias antes do encerramento, uma outra atração ia ganhando forma nas instalações da Escola. Misto de percussão, cordas, sopros, bombas de ar, motor elétrico, sucata e circuitos eletrônicos, o hiperinstrumento foi idealizado em 2011, quando comandou a Cerimônia Urbana que integrou o encerramento do primeiro semestre.

 

O colossal instrumento vinha sendo adaptado há dias pelos envolvidos no projeto, até que chegou a hora de levá-lo para a rua, em plena Praça Roosevelt, para agitar a comemoração em um cortejo tocado pelos aprendizes do Módulo Azul e orquestrado para um hiperinstrumento e três sonoestandartes. 

 

Depois de muito barulho e com a tarde se aproximando de seu fim, a emoção tomou conta na entrega dos certificados e históricos dos aprendizes que concluíam o ciclo de quatro Módulos do curso. Todos reunidos no saguão do prédio viram Andréa Martins de Carvalho, Sérgio Ponti, Thiago Rocha Palomares, Véver Bertucci, Cristiane Alves Ribeiro de Amorim, Thiago Aparecido Dias e Rodrigo Figueiredo Papa encerrando esse período de dois anos de estudos.

 

Aprendizes recebendo os certificados e histórico (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

“Só tenho a agradecer, foi tudo muito intenso! Longa vida à Escola! E que continue recebendo sempre tanta gente boa, de aprendizes a coordenadores e formadores. Estamos juntos!”, disse Andréa, que fora escolhida como oradora improvisada na mesma hora.

 

Ao fim do breve discurso, o coordenador pedagógico Joaquim Gama tratou de parabenizar e ressaltar que as portas da Escola sempre estarão abertas. “Longa trajetória a todos vocês. Na camiseta que lhes demos está escrito que o importante é não estar pronto, pois acreditamos que o artista se forma justamente ao longo de seu caminho. Continuem conosco. Não estarão mais nas aulas regulares, mas sempre farão parte deste espaço”, ressaltou.

 

A partir daí, com tudo já dito, só restava celebrar. E a festa foi encabeçada por duas bandas, formadas por aprendizes da Escola, que utilizaram seus instrumentos, pickups, iPods e iPads para embalar a noite. E assim a diversão continuou, deixando no ar a certeza de que virão ainda mais aprendizados e provocações na outra metade do ano.

 

 

Texto: Felipe Del

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