Annelise Godoy é velha conhecida da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. Desde 2011, ela vem ministrando cursos de Extensão Cultural na Instituição, nos quais, em linhas gerais, ensina maneiras de captar recursos no mercado cultural. Assim, foi diante de uma plateia formada, em sua maioria, por ex-alunos de seus cursos, que a empresária e produtora cultural falou sobre “Um Breve Olhar Sobre Cultura e Negócios”, em palestra realizada ontem (dia 13), no 1º andar da Sede Roosevelt da Escola.
“As pessoas estão ganhando mais, trabalhando menos. Com isso, a vida delas está mais ociosa, com tempo para atividades de lazer e entretenimento. Assim, esse mercado está crescendo cada vez mais. O PIB do entretenimento passou o do automotivo e do bélico”, disse Annelise. Aliás, toda sua explanação foi recheada de dados. “Antes de vir para a palestra, confiro tudo e passo para vocês os números mais recentes”, contou.
“A cultura é um processo. O entretenimento é o produto final da cultura”, pontuou ela, que, de maneira sucinta, falou sobre as leis de incentivo, como a Rouanet e a Mendonça. “Há leis federais, estaduais e municipais. Cada uma seguindo suas diretrizes. Em nível Estadual, por exemplo, neste ano, houve um aumento de 27% na captação via essas leis de incentivos, em relação ao ano passado”, afirmou.
A participação em processos de Editais também foi discutida por Annelise: “O edital é como aquele vestido tubinho preto, manequim 38. Ele só vai servir para algumas poucas pessoas. Para a maioria, não. Você tem de se enquadrar nele, adaptar seu projeto a ele para concorrer. Em geral, eles não lidam com a realidade do mercado, especialmente os editais públicos”, alfinetou.
Texto: Majô Levenstein