(Foto: André Stefano)
A performatividade foi trabalhada com mantra, resistência e água, bastante água, pelo núcleo 5 do Experimento do Módulo Azul da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, que compartilhou sua experimentação cênica no Território Cultural do dia 23 de março.
A cena teve início com a aprendiz de Humor Mari Taques. No centro da sala, ela estava sentada em posição de meditação, atraindo para si o único foco de luz e recitando uma espécie de mantra. Logo, chegavam os demais atores, que cercavam a enigmática figura e o balde de água que estava à sua frente.
A partir daí, em meio a toda água que havia sido derramada no chão, os atores engajaram-se em um jogo de resistência, comandado pelo diretor. A atriz Fernanda D’Umbra, que acompanhou os Experimentos, escreveu, alguns dias depois, sobre a cena: “Gostei muito quando vi num foco uma atriz muito concentrada, que compunha uma bela figura com o resto todo ali: luz, cenário, música, tempo/espaço. Quando outras vozes foram surgindo me veio uma boa sensação de organização e pensei, isso vai me fazer esquecer a fome. E fez. A opção pelo ensaio/treino dentro da cena foi muito boa. Ela criava uma dramaturgia de resistência dos atores. Resistência física e resistência às ordens do diretor, que por sua vez respondia às ordens do dramaturgo presente na cena e, portanto, agente factual do conflito”.
Já o fotógrafo André Stefano deixou sua impressão sobre a cena de outra forma e tirou a foto que veio parar na seção Click! desta semana. A curiosa imagem, captada rápida e precisamente, mostra Mari Taques e Helio Toste “trocando” esguichos d’água sob os olhares dos outros aprendizes.
Texto: Felipe Del
