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Adeus a Marcos Paulo

Publicado em: 12/11/2012 |

Na noite de ontem (11), o teatro, o cinema e a TV perderam um de seus grandes personagens: o ator e diretor Marcos Paulo. Aos 61 anos, ele morreu em sua casa, no Rio de Janeiro, vítima de embolia pulmonar. O corpo será cremado amanhã (13), no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária do Rio, embora amigos e parentes tenham comparecido ao local hoje, para o último adeus.

 

O paulista Marcos Paulo Simões nasceu em 1º de março de 1951 e foi criado no bairro do Bixiga. Aos 5 anos, começou a estudar teatro. Sua estreia na TV se deu na novela “O Morro dos Ventos Uivantes”, na extinta TV Excelsior. Também passou pelas Redes Record e Bandeirantes. Em seu currículo, constam atuações nas primeiras versões de “Gabriela”, em 1975, e de “Tieta”, em 1989, além de protagonizar a minissérie “Primo Basílio”, todas pela Globo. 

 

Como diretor, assinou “Dancin’ Days” , em 1978, ao lado de Dennis Carvalho e José Carlos Pieri, com destaque para a novela “Roque Santeiro”, em 1985. No cinema, seu único trabalho foi “Assalto ao Banco Central”, em 2010, como diretor. 

 

Nos palcos, atuou sob a direção de Plínio Marcos em “Quando as Máquinas Param”, em 1971, e “Deus lhe Pague”, de Joracy Camargo. No final dos anos 1970 recebeu o Prêmio Mambembe de Diretor Revelação, com a peça “As Gralhas”.

 

Passagem pela Praça Roosevelt
E mesmo tendo trilhado a principal parte de sua trajetória profissional no Rio de Janeiro, Marcos Paulo ainda mantinha raízes em sua terra natal, especialmente no que se relacionava à arte. Inúmeras vezes visitava a capital paulista só para assistir a uma peça de teatro. Numa dessas viagens, depois de ver uma montagem no Teatro Cultura Artística, ele foi tomar um café no Espaço dos Satyros, na Praça Roosevelt. O diretor executivo da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, Ivam Cabral, lembra que foi naquele dia que o conheceu pessoalmente: “Foi em 2006. Marcos Paulo passou pela Praça Roosevelt. Eu estava no Espaço Satyros quando ele chegou para tomar um café. O mais engraçado é que, coincidentemente, ele tinha acabado de comprar o livro dos Satyros. Quando descobriu que eu era o Ivam me pediu um autógrafo, imagina… Fiquei super sem-graça, mas foi emocionante. Ficamos sentados ali, durante mais ou menos duas horas. Eu contando sobre Os Satyros e ele, sobre sua carreira no teatro”, recorda Ivam, lamentando, profundamente, a morte do ator e diretor.

 

 

Texto: Leandro Nunes