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A Cia. Club Noir Leva Quatro Palestrantes ao Palco para discutir o tema do Espetáculo “Pinokio”

Publicado em: 08/04/2011 |

Nesse mês, durante quatro sábados, convidados como Dr. Benilton Bezerra jr., Dr. Jorge Forbes, Eduardo Gianetti, e Luiz Fernando Ramos, participarão de debates realizados após “Pinókio”, espetáculo do dramaturgo Roberto Alvim que também é artista-residente do curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.

 

Inspirado na  fábula homônima de Carlo Collodi, “Pinokio”, o mais recente espetáculo da Cia. Club Noir, é interpretado pelos atores Juliana Galdino, Rodrigo Pavon, Janaína Afhonso, José Geraldo Jr., Katiana Rangel e Bruno Ribeiro e traz em seu enredo a história de seres humanos que sofrem metamorfoses, resultado de mistura entre corpos e máquinas.
 
 

A Mulher Velha, o Homem Velho, o Menino, a Mulher de Azul, o Grilo Falante e a Agente da Lei são as personagens da peça, chamados pelo autor de “figuras”. “A cena não é um espelho no qual nos reconhecemos, mas uma tecelagem norteada por outras possibilidades de vir-a-ser, para além do homem cultural,  estático, conformado”, explica Alvim.
 
 

O cenário, também assinado pelo diretor, é todo negro. Nas paredes pretas, uma tinta a óleo escura escorre dando impressão de umidade. O chão, de mármore preto, propõe um solo com rachaduras ou texturas escondidas. Os figurinos das atrizes Juliana Galdino e Daniele Cabral também são confeccionados com tecidos pretos com nuances diferentes desta cor, mesclando diversas texturas e cortes. 
 
 

Para realçar a atmosfera de penumbra, o diretor optou por não usar nenhum refletor em cena. Assim, no primeiro ato, Alvim usa uma única faixa horizontal de néon branco na parede ao fundo do cenário, iluminando somente o entorno dos corpos. No segundo, essa luz some e o que acompanha a cena são torres laterais de lâmpada dicróica, em pequenos focos, como de uma lanterna. Essa luz passa pelos rostos dos atores conforme suas movimentações. 
 
 

No último ato, uma luz néon vermelha em forma de um círculo que não se fecha ilumina a cena. Segundo o diretor, essa opção faz com cada pequena movimentação dos atores cause uma suspensão, como se daquela penumbra tudo pudesse surgir. “Isso não pretende ser onírico nem alucinação e sim uma nova construção do real”, conclui.
 

 

Sobre os palestrantes
 
 

Dr. Benilton Bezerra Junior
Quando: Dia 9 de abril 
 
Psicanalista, psiquiatra, professor do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Pesquisador do Programa de Estudos e Pesquisas da Ação e do Sujeito (PEPAS/UERJ). Membro da direção do Instituto Franco Basaglia e da Casa da Árvore. Pesquisador no projeto de cooperação intercultural Brasil/Alemanha Probal (CAPES/DAAD).

 

Dr. Jorge Forbes
Quando: Dia 16 de abril 
 
Jorge Forbes é psicanalista e médico psiquiatra em São Paulo. Mestre e Doutor em Psicanálise pela Universidade de Paris VIII e Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj), respectivamente. É um dos principais introdutores do pensamento de Jacques Lacan no Brasil. Teve participação fundamental na criação da Escola Brasileira de Psicanálise, da qual foi o primeiro diretor geral. Preside o Instituto da Psicanálise Lacaniana (IPLA) e o Projeto Análise. Dirige a Clínica de Psicanálise do Centro do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP). Também é analista membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da Escola Européia de Psicanálise. Tem vários artigos publicados no Brasil e no Exterior e é autor, dentre outros livros, de “Você Quer o Que Deseja?”. Também é curador e conferencista do programa Café Filosófico da CPFL, em parceria com a TV Cultura.
 
 
 

Eduardo Giannetti
Quando: Dia 23 de abril 
 
Eduardo Giannetti é graduado em Economia e Ciências Sociais pela USP. PhD em Economia pela Universidade de Cambridge e professor titular do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em São Paulo. Autor de diversos artigos e livros como “Beliefs in Action” (1991); “Vícios Privados, Benefícios Públicos?” (1993); “As Partes e o Todo” (1995);  “Autoengano” (1997); “Nada É Tudo” (2000); “Felicidade” (2002); “O Valor do Amanhã” (2005); “O Livro das Citações” (2008); e “A Ilusão da Alma” (2010). Foi eleito  o Economista do Ano, em 2004, pela Ordem dos Economistas de São Paulo e ganhou duas vezes o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro.
 
 

Luiz Fernando Ramos
Quando: Dia 30 de abril 

 
É graduado em Ciências Sociais pela FFLCH/USP e em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Fez mestrado em Artes Cênicas na ECA/USP e doutorado em Literatura Brasileira na FFLCH/USP. Coordenou o Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da USP entre 2006 e 2010. Realizou pesquisas em torno da produção teatral de Gordon Craig, Samuel Beckett, Tadeusz Kantor, José Celso Martinez Corrêa e Martins Pena. Foi presidente da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Abrace), no biênio 2008/2010. É professor do Departamento de Artes Cênicas da USP, desde 1998, pesquisador do CNPq, coordenador do Grupo de Investigação do Desempenho Espetacular (GIDE) além de crítico de teatro da Folha de S. Paulo.
 

 

Serviço:
“Pinókio”
Temporada: quinta a sábado, às 21h; domingos, às 20h 
Local: Club Noir
Rua Augusta, 331, Consolação – São Paulo
Tel: 3255-8448
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Até 15 de maio
 

Fotos: Bob Sousa