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Teatro lusófono

Publicado em: 02/10/2017 |

Com mais de 250 milhões de falantes em vários países, o português é uma das cinco línguas mais faladas no mundo. Entretanto, sua abrangência e importância são reconhecidas quase que unicamente na “periferia” do mundo, longe dos países “mais desenvolvidos”.

Indispensável tocar na importância da língua portuguesa para a literatura, por exemplo. O teatro acompanha e complementa essa área, tendo dado ao mundo também grandes mestres que souberam explorar tão bem nossa pouco explorada língua.

Do dia 27 de agosto até a última sexta-feira (5), o Rio de Janeiro foi o eixo dos artistas teatrais lusófonos. Aconteceu ali o Festival de Teatro da Língua Portuguesa 2014 (Festlip), que chegou neste ano à sua sexta edição, homenageando o ator, encenador e professor português, João Manuel da Mota Rodrigues.

Em sua programação, espetáculos de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e, claro, Brasil – entre elas, “Adormecidos”, dos Satyros. Além das excelentes montagens, o público ainda pôde acompanhar um frutífero encontro entre dramaturgos, do qual participei, ao lado de encenadores e programadores internacionais e autores brasileiros, reunidos pela diretora do festival, Tania Pires, com moderação do ator, diretor e dramaturgo Lucianno Maza.

A reunião também serviu como lançamento do Portal de Dramaturgia da Língua Portuguesa, o DLIP, que coloca nas mãos dos internautas um banco de peças teatrais em língua portuguesa. O portal também está aberto para novos autores interessados em publicarem seus trabalhos para que sejam conhecidos e montados nos países lusófonos. Sem dúvidas, trata-se de uma iniciativa primordial para a aproximação dos artistas que se expressam na mesma língua.

Cá, nós, da SP Escola de Teatro, também estamos atentos a esta questão já há algum tempo. Pensando nisso, idealizamos dois novos braços da Teatropedia, nossa Enciclopédia Virtual das Artes do Palco: a Teatropedia Portuguesa e a Teatropedia Africana Lusófona, que estão em desenvolvimento e contribuirão muito, tenho certeza, para fortalecer nossa rede artística.

Juntos somos mais fortes, mais relevantes. E, como se não bastasse o amor pelo teatro nos unindo, temos também a língua em comum. Um viva ao teatro lusófono!