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Monólogos da Caveira II

Publicado em: 16/08/2021 |

Chá e Cadernos 100.56
Mauri Paroni

II – Gramsci pronuncia-se Gram-xu

Um ser ilegível, provavelmente sardo e corcunda, entra, a toque de tarantela, no proscênio. Está vestido teatralmente como pescador lacustre de cem anos atrás.

O ser:

Ohhhhh. Criar roteiro, diálogo, peça, conto, é experiência estranha para um eterossauro. Sou desprovido de útero, mas enquanto gêmeo portador de vivência social naquele ambiente sem definição entre desejo e satisfação, imagino-me a plasmar descendentes de meus afetos. A futura criatura pulsa, assombra e debocha, sedenta de vida e sono, deste solitário cadeirante. Quase um poeta. Mendigo. Miserável.

Fim do prologo.

[Pasolini diante do tumulo de Gramsci – Corriere della sera]

Diante de um mímico sósia de Pier Paolo Pasolini (*) coloca-se outro corcunda – o mesmo ator do ser ilegível – que passa a interpretar Antonio Gramsci. Deita-se ao chão como que velado.

O ator corcunda:

Sou autor na solidão da net. Ou atriz. Atora. Uma atrix na solidão do palco net. Deitad(x) na solidão. Dos espasmos desta pequena morte nasce a eterna ação cênica, além deste presente monologo perseguidor de revolução. Testemunho da história. O meu limite.

Pausa. Ao sósia de Pasolini:

Companheiro do sol. Ouça se: do Soul.


Foto Sandro Becchetti.

[Foto Sandro Becchetti – Le ceneri di Gramsci (Cinzas de Gramsci) é um livro de Pasolini, Edições Garzanti, com os poemas: Apeninos; Canção Popular; Picasso; Comício; Humilde Italia; Quadros friulanos; Cinzas de Gramsci; O choro da escavadora; Uma polêmica em verso; A Terra do Trabalho.]

 

Pausa. Dirige-se ao crânio, posto na mão direita.

“Este cérebro deve ser impedido de funcionar por vinte anos”. Foi assim que Michele Isgrò, promotor fascista, terminou a sua peça acusatória. Atividade conspiratória, incitação à guerra civil, apologia do crime e incitação ao ódio de classe. Condenaram-me a vinte anos de prisão. Eu era deputado pelo Partido Comunista, do qual fui secretário. Cumpri oito dos vinte anos a que fui condenado; agravaram-se os graves problemas de saúde que me levaram à morte poucos anos depois.

Pausa.

Meu cérebro jamais parou de trabalhar.

Pausa. Toma uma carta.

Tânia (***),
Eu tinha três cadernos diferentes para escrever. Escrevia e os dava ao carcereiro. Eram vários temas diferentes ao mesmo tempo. A ordem da leitura dá ideia de como construímos tudo depois, de onde veio o fato de intelectuais organizarem um modo de ver; E de como devem ser formados no nosso meio explorado, que não tem os meios de produção, mas só o trabalho.

Pausa.

Teatro é ”comunismo”.

Pausa.

Fosse assim, seria menos angustiante.

Pausa.

Os professor“-ōes” digam o que quiserem. Os da plateia pensem, pensem, construam um pensamento. Denunciem o meu baixo didatismo ante dramático. Disse ante dramático e não anti dramático. Sem problemas. Quero criar gente de nossa classe – que não seja banqueiro autor de filme de ra-ta-ta-ta. Ra-ta-ta-ta-ta ou coisa baixa. Tem que ser alta. Fé.

Pausa.

Isgrò e os seus não contavam com a minha fé. Aquela gente achava – ainda acha – que fé é a igrejinha deles, que deus é fiel, que ignora qualquer imperativo categórico entre bom e mau; bom e mal, não bem e mal. Sem problemas. Aquele balcão de negócios que, hoje, nem capitalismo liberal chega a ser. Pois o meu cérebro não pára, e nem a ideia do Palmiro (**), das festas, da unidade. A cultura que não pressupõe guerra e ódio a priori. A tomada de posição, evidente e critica. Que nem podem entender porque cultura é o que não têm. Apenas o ódio.

Pausa.

Sou o ator que interpreta Antonio, não posso ser Gramsci.

Pausa.

Vou refazer o começo.

Pausa. Para a caveira, na mão esquerda, Gramsci balbucia, extenuado.

Isolamento. È o que querem. [“É necessário impedir que esse cérebro funcione por pelo menos vinte anos”], declarou o promotor Ingrò no “julgamento”. Querem a desconstrução não das mãos, não dos pés, mas… da mente. A aniquilação física da cultura passa pelo desmanche do pensamento crítico.

Pausa.

Nos meus escritos, utilizo a palavra “homens”. O tradutor a traduziu aqui como “ser humano”. Justo.
[“Gostaria de dar a vocês uma impressão geral da transferência. Imagine que um imenso verme serpenteie de Palermo a Milão, compondo-se e decompondo-se continuamente, deixando em cada prisão uma parte de seus anéis, reconstituindo novos, vibrando à direita e à esquerda das construções e incorporando as extrações de retorno. Esse verme tem covis em cada prisão, chamados trânsitos, onde se permanece de 2 a 8 dias, em que acumulam a sujeira e a miséria de gerações. Você chega, cansado, sujo, com os pulsos doendo pelas longas horas a ferros, com a barba comprida, os cabelos desgrenhados, os olhos afundados e brilhantes pela exaltação da vontade e pela insônia; você se joga no chão em colchões de palha que quem sabe de que idade, vestido para não entrar em contato com a sujeira, enrolando o rosto e as mãos nas toalhas, cobrindo-se com cobertores insuficientes para não congelar. Partimos novamente, ainda mais sujos e cansados, até chegarmos ao novo trânsito, com nossos pulsos ainda mais machucados pelo frio dos ferros, pelo peso das correntes e pela fadiga de, com isso vestidos, carregar nossa bagagem; paciência, agora tudo acabou e eu já descansei”.]

Pausa.

Italiano mais tarantela é senso comum análogo à péssima pizza paulistana, torta ordinária caríssima que a italianada cafajeste adora. Nada a ver com humildes italianos. Daqui por diante, vamos de atabaque. A associação feita aqui pode ser exemplo de bom senso. Talvez nem precise explicar melhor.

O sósia de Pasolini substitui a tarantela pelo toque dos atabaques. O ator troca a caveira de mãos e toma uma carta.

[Enquanto estava preso em Turi, escrevi ao meu irmão Carlo na qual ele explicava o significado moral do lema para outro irmão, Gennaro (o Nannaro): “(…) Nannaro lutou (…) em condições excepcionais, como mineiro, no subsolo, sentindo, através do diafragma que separava seu túnel do túnel austríaco, o trabalho do inimigo para apressar a explosão de sua própria mina e mandá-lo para o ar. Parece-me que sob tais condições, prolongadas por anos, com tais experiências psicológicas, o ser humano deveria ter atingido o mais alto grau de serenidade estoica, e ter adquirido uma convicção tão profunda que o homem tem em si a fonte de sua força moral, que tudo depende dele, de sua energia, de sua vontade, da coerência de ferro dos fins que ele propõe e dos meios que emprega para alcançá-los – que ele nunca mais desesperará ou cairá naqueles estados de espírito vulgares e banais que são chamados de pessimismo e otimismo. Meu estado-de-espírito sintetiza esses dois sentimentos e os o sintetiza estes dois sentimentos e os supera: sou pessimista com minha inteligência, mas otimista com minha vontade. Penso, em todas as circunstâncias, no pior dos cenários, a fim de colocar todas as reservas de vontade em movimento e ser capaz de derrubar o obstáculo. Eu nunca tive ilusões e nunca tive decepções. Acima de tudo, sempre me armei com paciência ilimitada, não passiva, inerte, mas animada pela perseverança”.]

Muda a caveira de mãos. Toma outro papel.

[Caderno manuscrito de Gramsci]

[“Todo colapso traz consigo desordem intelectual e moral. É necessário criar pessoas sóbrias e pacientes que não se desesperem diante dos piores horrores e não se exaltem a cada gota de água. Pessimismo do intelecto, otimismo da vontade”.]

Idem.

[(…) é preciso chamar a atenção violentamente para o presente tal como ele é, para que ele possa ser transformado. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade”.]

Idem.

[(…) Pode-se fazer o que se quer, e deseja-se uma série de coisas que atualmente nos faltam. Afinal de contas, é o presente invertido que se projeta no futuro. Tudo o que é reprimido termina por ser libertado. Porém, é preciso chamar violentamente a atenção para o presente tal como ele é, para que ele possa ser transformado. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade”.]

Idem.

[“A concepção socialista do processo revolucionário é caracterizada por duas notas fundamentais, que Romain Rolland resumiu em seu lema de ordem: – Pessimismo por inteligência, otimismo por vontade”.]

Pausa.

[Tânia,
Você sempre foi honesta comigo, acredito. Mas eu tenho vários de seus cartas semiapagadas pela censura prisional. Sua sinceridade não em nada ajudou, porque o que você
escreveu permaneceu desconhecido para mim.]

Tudo carimbado, controlado, censurado. Tinha horário cerrado para escrever. Podia ter só quatro ou cinco cadernos. Escrevia vários deles ao mesmo tempo, o que confunde interpretações até hoje. Muito. Amo a diferença. Há a burrice disfarçada de inteligência: o acúmulo di informações, um excesso desordenado que o senso comum – não o bom senso -chama de cultura.

À caveira:

O que seria o bom senso? A gramática, o acesso a pensar um diálogo, no mínimo junto com o seu contrário. Criar linguagem?

Pausa.

A legião da burrice, hoje, tem sedizentes professores, num misticismo pseudodemoniaco que constrói uma escola padronizada, de regime, que não oferece unidade quanto ao acesso ao conhecimento. Acesso à formação de pessoas. Todas. A pensar uma escola unitária contra o senso comum; o bom senso precisa mudar a discriminação entre a prática que ensina somente a um nível inferior quem que opera a máquina, e a um alto nível quem as projeta. A Igreja que guardou e proibiu o latim, Aristóteles, leitura silente, a sistematização não oral para si. E o resto. Quem cria cultura alta para todos, cria revolução. Cria o futuro. Sem ódio.

Pausa.

Jornalista, sempre gostei de antever fatos antes de pensamentos. A práxis. As boas práticas.

Pausa. Toma um carta.

A meu filho Delio: [“… sinto-me um pouco cansado e não posso escrever-lhe muito. Você escreve para mim o tempo todo e sobre tudo o que lhe interessa na escola. Eu acho que você gosta da história, como eu gostava quando tinha a sua idade, porque ela diz respeito aos homens vivos e a tudo que diz respeito aos homens,
ao maior número possível de homens, a todos os homens do mundo enquanto se unem na sociedade e trabalham e lutam e melhoram a si mesmos, você não pode deixar de gostar mais do que qualquer outra coisa. Não é assim?” ]

Pausa. Idem.

[Viver significa participar (…). Quem vive verdadeiramente não pode deixar de ser um cidadão e tomar partido. A indiferença é abulia, é parasitismo, é covardia, não é vida. (…).][A indiferença é o peso morto da história. É a bola de chumbo para o inovador, é a matéria inerte na qual os mais esplêndidos entusiastas muitas vezes se afogam, é o pântano que encerra a cidade velha e a defende melhor que os muros mais fortes, melhor que os peitos de seus guerreiros, porque engole os assaltantes em seus redemoinhos lamacentos, dizima e desencoraja-os e às vezes os faz desistir do empreendimento heroico. A indiferença opera de forma poderosa na história. Ela opera passivamente, mas opera.]

Pausa. Idem.

[“Queixa-se pateticamente, blasfema-se obscenamente, mas ninguém, ou poucos, se pergunta: se eu também tivesse cumprido meu dever, se eu tivesse tentado afirmar minha vontade, meu parecer, o que teria acontecido? Mas ninguém ou muitos poucos se culpam por sua indiferença, seu ceticismo, por não terem dado seu braço e sua atividade a cidadãos que lutavam para evitar esse mal, para obter esse bem.

A maioria deles, por outro lado, após os eventos, prefere falar de fracassos ideais, de programas que se desmoronaram definitivamente e outras coisinhas semelhantes. Dessa forma, colmam sua ausência de toda responsabilidade. Isto não quer dizer que eles não vejam bem as coisas, ou que às vezes não sejam capazes de encontrar boas soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, apesar de exigirem uma preparação e tempo extensos, são igualmente urgentes. Mas essas soluções permanecem belamente brandas, essa contribuição para a vida coletiva não é animada por nenhuma luz moral; é o produto da curiosidade intelectual, não de um senso pungente de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismo ou indiferenças de todo gênero.]

Pausa.

Misturei trechos de “Odeio a indiferença”, “Cartas do cárcere” e “Cadernos do cárcere”. Intriga, aprofunda e rejeita o ódio do senso comum, explica o que quer dizer “ódio” para o bom senso. Como convém na leitura de Gramsci que reduz os sedizentes professor“-ōes” a “-inhos”. Faça a tua leitura. Para isso escrevo. Para isso atuo. Isso ofereço.

Pausa. O sósia de Pasolini aumenta o som dos atabaques.

Uma outra palavra seja ouvida: Gramsci pronuncia-se Gram-xu. [Não é isso?]

Pano.

(*) Pier Paolo Pasolini(1922-1975) – diretor, roteirista, ator, poeta, escritor, dramaturgo, pintor, romancista, linguista, tradutor e ensaísta.
(**) Palmiro Togliatti (1893-1964), ex secretario geral do PCI
(***) Tatiana Schucht, cunhada de Gramsci.

[Gramsci – Paulo Freire]

Trechos de texto do original italiano, trad. Mauri Paroni

“Bisogna impedire a quel cervello di funzionare per almeno vent’anni.»

«La concezione socialista del processo rivoluzionario è caratterizzata da due note fondamentali, che Romain Rolland ha riassunto nel suo motto d’ordine: – Pessimismo dell’intelligenza, ottimismo della volontà.»

«… mi sento un po’ stanco e non posso scriverti molto. Tu scrivimi sempre e di tutto ciò che ti interessa nella scuola. Io penso che la storia ti piace, come piaceva a me quando avevo la tua età, perché riguarda gli uomini viventi e tutto ciò che riguarda gli uomini, quanti piú uomini è possibile, tutti gli uomini del mondo in quanto si uniscono tra loro in società e lavorano e lottano e migliorano se stessi non può non piacerti piú di ogni altra cosa. Ma è cosí?» Non da ultimo, Lettere dal carcere è un libro fondativo della casa editrice Einaudi e delle generazioni che si sono susseguite a interpretarla nel corso degli anni e delle epoche. L’intenzione e la “posizione” delle Lettere, come pochi altri libri, fanno la casa editrice, compreso quell’ultimo

Tu sei stata sempre sincera con me,
io credo. Ma io ho parecchie tue
lettere mezzo cancellate dalla censura
carceraria. La tua sincerità non mi
e giovata a nulla, perché ciò che tu
scrivevi mi e rimasto sconosciuto.

«Vi voglio dare una impressione d’insieme della traduzione. Immaginate che da Palermo a Milano si snodi un immenso verme, che si compone e si decompone continuamente, lasciando in ogni carcere una parte dei suoi anelli, ricostituendone dei nuovi, vibrando a destra e a sinistra delle formazioni e incorporandosi le estrazioni di ritorno. Questo verme ha dei covili, in ogni carcere, che si chiamano transiti, dove si rimane dai 2 agli 8 giorni, e che accumulano, raggrumandole, la sozzurra e la miseria delle generazioni. Si arriva, stanchi, sporchi, coi polsi addolorati per le lunghe ore di ferri, con la barba lunga, coi capelli in disordine, con gli occhi infossati e luccicanti per l’esaltazione della volontà e per l’insonnia; ci si butta per terra su pagliericci che hanno chissà quale vetustà, vestiti, per non aver contatti col sudiciume, avvolgendosi la faccia e le mani nei propri asciugamani, coprendosi con coperte insufficienti tanto per non gelare. Si riparte ancora piú sporchi e stanchi, fino al nuovo transito, coi polsi ancora piú lividi per il freddo dei ferri e il peso delle catene e per la fatica di trasportare, cosí agghindati, i propri bagagli: ma, pazienza, ora tutto è passato e mi sono già riposato[8].»

«La tua lettera e ciò che mi scrivi di Nannaro mi hanno interessato molto, ma anche meravigliato. Voi due avete fatto la guerra: specialmente Nannaro ha fatto la guerra in condizioni eccezionali, da minatore, sottoterra, sentendo attraverso il diaframma che separava la sua galleria dalla galleria austriaca il lavoro del nemico per affrettare lo scoppio della mina propria e mandarlo per aria. Mi pare che in tali condizioni, prolungate per anni, con tali esperienze psicologiche, l’uomo dovrebbe aver raggiunto il grado massimo di serenità stoica, e aver acquistato una tale convinzione profonda che l’uomo ha in se stesso la sorgente delle proprie forze morali, che tutto dipende da lui, dalla sua energia, dalla sua volontà, dalla ferrea coerenza dei fini che si propone e dei mezzi che esplica per attuarli – da non disperare mai più e non cadere più in quegli stati d’animo volgari e banali che si chiamano pessimismo e ottimismo. Il mio stato d’animo sintetizza questi due sentimenti e li supera: sono pessimista con l’intelligenza, ma ottimista per la volontà. Penso, in ogni circostanza, alla ipotesi peggiore, per mettere in movimento tutte le riserve di volontà ed essere in grado di abbattere l’ostacolo. Non mi sono fatto mai illusioni e non ho avuto mai delusioni. Mi sono specialmente sempre armato di una pazienza illimitata, non passiva, inerte, ma animata di perseveranza. »

Bibliografia principal

Lettere dal carcere. 1926-1937, A cura di Antonio A. Santucci, Collana La nuova diagonale n.14, Palermo, Sellerio, 1996, ISBN 978-88-38-91176-7.

https://www.facebook.com/einaudieditore/photos/a.714310818933246/1265226360508353

Gramsci-Tatiana Schucht, Lettere 1926-1935, A cura di Aldo Natoli e Chiara Daniele, Collana NUE n.224, Torino, Einaudi, 1997, ISBN 978-88-06-14360-2.

Lettere dal carcere, a cura di Francesco Giasi, con la collaborazione e i contributi di Maria Luisa Righi, Eleonora Lattanzi e Delia Miceli, Collezione I Millenni, Torino, Einaudi, 2020.

Giuseppe Fiori (a cura di), Processo Gramsci, Roma, l’Unità, 1994, Pessimismo dell’intelligenza, ottimismo della volontà
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(in data 14 agosto 2021)

Le Ceneri di Gramsci, Pier Paolo Pasolini
https://www.yumpu.com/it/document/read/15529633/testo-e-parafrasi-de-le-ceneri-di-gramsci-di-pier-biagio-carrubba

Ilustrações

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Antonio_Gramsci_-_Quattro_quaderni_del_carcere.jpg

público dominio

Pasolini davanti alla tomba di Gramsci – Ansa 1970
http://www.corriere.it/gallery/Politica/vuoto.shtml?2008/11_Novembre/gramsci/1&11 Ansa

Pier Paolo Pasolini e Cinzas de GramsciGramsci
Foto Sandro Becchetti