A 31ª edição do Festival de Curitiba, o mais prestigiado e o maior festival das artes cênicas na América Latina, é marcada pela grande presença das diversidades em seus múltiplos palcos, o que torna o evento mais plural.
Isso é fruto da movimentação de integrantes da própria classe artística junto a decisões acertadas do comando do evento, idealizado por Leandro Knopfholz, que o dirige ao lado de Fabíula Bona Passini. “O novo sempre vem”, define Knopfholz, citando Belchior.
De 27 de março, Dia Mundial do Teatro, quando o evento foi aberto, até este domingo, 9 de abril, o Festival de Curitiba espera receber mais de 250 mil pessoas em seus mais de 350 espetáculos, com sua Mostra Lucia Camargo, cujo nome é homenagem à grande gestora e jornalista cultural Lucia Camargo, a quem tenho a honra de suceder no posto de Coordenador da Extensão Cultural e Projetos Especiais da SP Escola de Teatro.
Além disso, a SP Escola de Teatro, por meio de seu diretor executivo Ivam Cabral, realizou parceria com o Festival de Curitiba com aulas magnas de seus coordenadores na plataforma Caco, que pretende reunir os fazedores teatrais do país em um mesmo espaço digital. A SP Escola de Teatro também possui inúmeros artistas por ela formados com espetáculos de destaque no evento.
As peças também navegaram por linguagens distintas, cada qual com seu recado e seu público, indo desde produções mais intelectualizadas a espetáculos que falam diretamente ao coração do grande público, sem perder a força do teatro de rua e de praça.
Tendo a dimensão de integrante da indústria cultural, o Festival de Curitiba movimenta a economia no transporte, hotelaria, logística, alimentação e outras tantas áreas ligadas diretamente ao teatro e o público que este movimenta, fora o legado que deixa, firmando o nome da capital paranaense no cenário nacional e internacional.
Outro ganho este ano foi a rodada de negócios em parceria com o Sebrae, feita com 30 programadores nacionais e peças integrantes do Fringe, a mostra paralela, livre, democrática e independente, trazendo a dimensão do negócio e da economia para o fazer teatral, que muitas vezes fica apenas no campo das ideias e perde a concretude de ser um importante agente da economia criativa.
Com peças com pessoas com deficiência, comunidade negra e LGBTQIAP+, o Festival de Curitiba mostra estar antenado aos novos tempos, renovando seus palcos e dialogando fortemente com as novas gerações.
Prova disso é o grande sucesso de bilheteria do evento, com todos os espetáculos esgotados. Isso também tem mérito do grande time de comunicação e produção do evento, que o faz chegar a todos os nichos, com peças que vão de stand-up a espetáculos acadêmicos no formato de palestra.
Tudo isso só comprova que o Festival de Curitiba faz jus a seu acertado slogan: Um Festival para Todos!
*Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Festival de Curitiba.
*Miguel Arcanjo Prado é Coordenador de Extensão Cultural e Projetos Especiais da SP Escola de Teatro. Jornalista formado pela UFMG, é especialista em Mídia, Informação e Cultura pela ECA-USP e mestre em Artes pela UNESP. É crítico da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes), da qual foi vice-presidente. Dirige o Blog do Arcanjo e o Prêmio Arcanjo de Cultura, além de fazer o Arcanjo Pod. @miguel.arcanjo