Skip to content Skip to footer

Entre Oceanos, Acenos e Palcos

por Ivam Cabral, diretor-executivo da SP Escola de Teatro

Agora chegou a vez de atravessarmos o Atlântico outra vez. Mas, desta vez, não para revisitar velhas histórias, e sim para inventar novas. Hoje, dez estudantes da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, desembarcam em Lisboa com a respiração acelerada de quem pisa pela primeira vez num país que, embora distante, sempre nos acena com um parentesco afetivo. De lá, seguem para Rio Maior, no Ribatejo, onde Rui Germano, esse artesão de comunidades, os aguarda com portas abertas e um teatro disposto a acolher o mundo inteiro dentro de uma sala.

É bonito pensar que um intercâmbio começa muito antes do embarque. Começa quando alguém sonha, ainda no Brasil, que a arte pode atravessar fronteiras e, ao atravessá-las, ampliar o tamanho da vida. Foi assim em agosto, quando Rui esteve conosco na SP Escola de Teatro, onde teve início a primeira etapa deste projeto. Ali, os estudantes criaram a estrutura inicial de um trabalho cênico que, depois, seguiu respirando pela internet. Reuniões, debates, trocas virtuais, novos impulsos criativos que mantiveram acesa a chama do processo. Agora, em Portugal, esses dez intercambistas se unem à trupe do Beleza Teatro para dar continuidade ao que começou em São Paulo. Como quem costura, finalmente, o tecido inteiro de uma mesma narrativa.

Nossos estudantes, vindos das oito linhas que formam a alma da escola – atuação, direção, dramaturgia, humor, cenografia e figurino, iluminação, sonoplastia e técnicas de palco – passarão duas semanas em solo europeu. Duas semanas para reinventar gestos, atravessar silêncios, descobrir acentos, modos e mundos. Duas semanas para entender, na prática, que a cena nunca é um lugar fixo. É geografia afetiva, território que se expande conforme os afetos se permitem.

Em Rio Maior, continuarão desenvolvendo um experimento cênico a ser apresentado no Cineteatro nos dias 5 e 6 de dezembro. Uma espécie de devolução poética à cidade. Suas vozes, seus relatos, suas feridas e alegrias transformados em encontro, em comunhão, em presença.

E assim seguimos, entre Brasil e Portugal, trançando pontes invisíveis. Um projeto que nasceu na SP Escola de Teatro e que agora se desdobra em caminhos lusitanos, lembrando-nos que a arte não tem passaporte — apenas vocação para criar mundos compartilhados. Que essa viagem seja mais que um intercâmbio. Que seja, para todos nós, um sopro de futuro.

+ Conheça os projetos internacionais da SP Escola de Teatro

Rui Germano na sede Roosevelt da SP Escola de Teatro. (21/08/2025) | Foto: Clara Silva
Rui Germano na sede Roosevelt da SP Escola de Teatro. (21/08/2025) | Foto: Clara Silva

Inscreva-se em nossa newsletter