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O olhar dos aprendizes

Publicado em: 28/02/2018 |

Para a aprendiz Dione Carlos, que cursa Dramaturgia, o ano foi intenso. “Percebi que a Escola é muito estruturada. Marici Salomão, coordenadora do curso, é sempre muito presente. Começamos o ano com o pé direito, ao sermos convidados a assistir a uma aula do Newton Moreno. Além dele, recebemos dramaturgos das mais diversas vertentes. Isso tudo tem enriquecido minha formação de uma forma extraordinária”, diz ela que, juntamente com Daniel Graziane, foi responsável pela dramaturgia do Experimento baseado em “Hamletmachine”. Ela diz que a experiência da montagem proporcionou-lhe perceber que seu foco vai ser o teatro épico. “Minha vida se divide no antes e no depois deste Experimento”, observa.

David Felipe, aprendiz de Iluminação, diz que este ano passado na Escola lhe trouxe muitos ensinamentos e questionamentos. “Na parte técnica, aprendi a trabalhar diferentes formas de luz, tanto em espaços convencionais, como em não convencionais. Na parte humana, o aprendizado também foi grande. Aprendi a conviver com a diferença, a defender minhas ideias numa montagem e também a ouvir e debater o ponto de vista dos colegas”, diz ele, que criou a luz para o Experimento “Macunaíma”, adaptação do romance de Mário de Andrade, criada pelos aprendizes e apresentada no albergue Arsenal da Esperança, onde moram mil sem tetos. “Os moradores deste local formaram nosso primeiro público. Foi emocionante apresentar o trabalho a eles”, conta David, orgulhoso do projeto.

Ao fazer um balanço do ano letivo de 2010, Rodolfo García Vázquez, observa que o grande desafio, este ano, foi descobrir, aos poucos, a verdadeira vocação da Escola. “Foi essencial que percebêssemos os processos internos, para criarmos uma identidade própria. Essa descoberta acontece a cada mês, entre acertos e erros”, diz ele. “Para que o projeto funcionasse de forma exemplar, chamamos a pedagoga Maria Thaís, que prestou uma consultoria. Ela exerceu papel de psicanalista da Escola. Apontou acertos, mas também os pontos fracos. Só assim pudemos oferecer um ensino sofisticado, como aquele pensado já nas primeiras reuniões realizadas para a criação do sistema pedagógico que adotamos.” Rodolfo ainda diz que o suporte de Maria Thaís foi essencial “pois quem ensina na SP Escola de Teatro são artistas, não necessariamente profissionais da educação”.

O sistema pedagógico criado se orientou não apenas por meio dos Cursos Regulares, mas por três pilares – os Cursos Regulares propriamente ditos, os cursos de Difusão Cultural e o Programa Kairós, sendo que os dois últimos alicerçam as ações artístico-pedagógicas da Instituição.