SP Escola de Teatro

Som quase real

Aos poucos, os aprendizes de Sonoplastia da SP Escola de Teatro foram chegando ao Teatro do Colégio Santa Cruz, localizado no Alto de Pinheiros, na quinta-feira do dia 8 de abril, às 9h, para a aula especial, referente ao componente Tecnologias Aplicadas ao Áudio.

O convidado, Fernando Andrette, engenheiro de áudio e fundador da revista Áudio Vídeo Magazine, ministrou a oficina Percepção Auditiva com aparelho de som de alta tecnologia, conhecido como Hi-End. Durante a oficina, ele tornou público, pela primeira vez, o CD “Timbres”, com gravação de som em três diferentes modelos de microfones. 

“Ouvido também tem memória. O objetivo dessa tecnologia é gravar e reproduzir o som mais fiel possível, não causar fadiga auditiva distorcida e resgatar o prazer de escutar música”, afirmou Andrette.

Para o formador convidado, Eduardo Queiroz, conhecer essa ferramenta é fundamental. “Tecnologia é conhecimento. Pouca gente sabe da existência desse aparelho que amplia, para sempre, a percepção da audição”, afirma.

Ao reproduzir os diversos gêneros musicais, como MPB, Clássica, Rock, Pop e Instrumental, os aprendizes ouviram e ficaram hipnotizados. O teatro ficou em silêncio e a única coisa que podia se escutar era o som da música. “O resultado foi impressionante. Parece que ouvimos uma banda ao vivo bem na nossa frente”, recorda Fabrício Cardial, aprendiz do curso de sonoplastia.

“Foi possível ouvir o silêncio de cada música. Foi incrível”, conta o aprendiz Bruno Boaro.



RESULTADO


O método de gravação Hi-End é diferenciado. Uma das técnicas é fazer com que todos os músicos toquem ao mesmo tempo num ambiente favorável acusticamente, escolher cabos livres de oxigênio para não estragar o cobre e pensar no melhor posicionamento e no microfone para captar o áudio de cada instrumento. 

“Apesar de tantas vantagens, a gravação nesse tipo de tecnologia não é cara. Falta conhecimento das pessoas e paciência dos músicos em se submeterem a essa técnica de gravação, que existe desde 1958”, explica Fernando Andrette.

A cada música, a curiosidade dos aprendizes aumentava junto com a sensibilidade auditiva. Ao final da demonstração, era consenso de que algo diferente havia acontecido com a experiência auditiva de cada um.

“Agora, a exigência de vocês para o som será de outra qualidade, pois vocês ouviram a forma mais perfeita de reprodução. É um padrão de qualidade muito próximo do real”, disse Queiroz.
Monique de Jesus, aprendiz de sonoplastia, concordou com a afirmação. “Foi uma oportunidade única. Agora que conhecemos outra forma de som, nossa referência será outra”, concluiu.

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