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Sobre Meninos, Mendigos e Poetas

Publicado em: 17/09/2010 |

Um clássico encontro entre dois vagabundos e os desdobramentos dessa relação uniu oito aprendizes dos Cursos Regulares da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. Trata-se do espetáculo “Sobre Meninos, Mendigos e Poetas”, apresentado pelo Grupo de Estudos Teatrais Força e Fé (Forfé) e que fica em cartaz até sábado (18) no Teatro Macunaíma, em São Paulo.

 

Participam do espetáculo os aprendizes Felipe de Menezes do curso de Direção; Denilson Oliveira, de Dramaturgia; Cristiane Amorim, de Cenografia de Figurino; Marcel Mason e Ivam dos Santos, de Iluminação; e Paloma Costa e Vânia Almeida, do curso de Técnicas de Palco. Todos se encarregam de suas respectivas áreas de estudo.
 
“Conhecemos pessoas interessadas e isso nos instigou a formar essa primeira parceria com os aprendizes dos outros Cursos Regulares da Escola”, explica Menezes. “Alguns ensaios ocorreram na própria Escola e, assim, fomos convidados pelo coordenador dos cursos de Direção e Atuação Rodolfo García Vázquez, para fazer uma temporada no Espaço dos Satyros. Isso nos deixou profundamente contentes, pois é presente para o Forfé, que comemora 12 anos de existência.”
 
A narrativa do espetáculo explora os diálogos de Velho (interpretado por Elias Lima) e Matraca (Denilson Oliveira, também responsável pela dramaturgia). Eles são sujeitos que caminham na contramão dos moldes estabelecidos pelos homens de seu tempo. E estão em busca de algo que lhes falta, mas esta busca constante não permite que se eles se territorializem.
 
“Levantamos algumas cenas que chamamos de matéria bruta, fizemos delas intervenções em diferentes espaços da cidade”, explica Denilson Oliveira. “Achamos melhor envolver um novo diretor no processo, pois Felipe Menezes, nosso diretor e fundador do coletivo, estava envolvido em trabalhos fora da cidade, então eu e Elias Lima nos reunimos para iniciar o projeto.”
 
Elias Lima pesquisava o universo clownesco, interessado em gags e na corporeidade dos palhaços, já Denilson Oliveira fazia laboratórios de dramaturgia. Em principio, não sabiam como articular esses interesses para uma única criação. Arbitrariamente, começaram a fotografar moradores de rua e voltavam a se reunir com as fotografias em mãos. Assim, criaram cenas a partir de imagens e de improvisações.
 
O Grupo de Estudos Teatrais Forfé surgiu em 1990, por iniciativa de um coletivo de jovens ligados a uma instituição religiosa. Em pouco tempo, desvinculou-se da mesma, adquirindo caráter de oficina permanente de teatro. Por volta do ano de 2004, a oficina solidificou-se em um núcleo de interessados em estudar os textos clássicos do teatro, com destaque para a montagem “Antígona”, de Sófocles. Adquirindo caráter de grupo de estudos, o grupo fez algumas experimentações até culminar na montagem “Senhora do Afogados”, em 2005, trabalho que levou o grupo para festivais de teatro e rendeu três temporadas.
 
Há cerca de cinco anos, o grupo se dissipou com a saída temporária do diretor que estava envolvido em um projeto desenvolvido pela Funart, sob coordenação de Antônio Abujamra. Essa cisão propiciou o desenvolvimento de novas ideias, sobretudo, o interesse em processos colaborativos. Sob essa perspectiva, o grupo constitui o espetáculo “Nem Tudo é Azul no País Azul”, de Gabriela Rabelo. Agora, o grupo encena “Sobre Meninos, Mendigos e Poetas”, a primeira experimentação de construção dramatúrgica em processo colaborativo da trupe.
 
Serviço:
Sobre Meninos, Mendigos e Poetas
Teatro Escola Macunaíma
Endereço: Rua Adolfo Gordo, 238 – São Paulo – SP
Datas:17 e 18 de setembro
Horário: 21h
Contato: (0xx)11 3667-0807