SP Escola de Teatro

Série Teatro de Grupo em São Paulo: conheça o Coletivo de Galochas

Foto: Leonardo Fernandes

O Coletivo de Galochas foi criado em 2010 na cidade de São Paulo, ocupando a Praça do Relógio do campus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), com a peça Projeto Zucco.

O grupo trabalha a partir da pesquisa teatral colaborativa, que é um processo de criação em que o texto teatral surge, aos poucos, no dia a dia de ensaio e com os demais elementos da encenação, possibilitando uma composição ativa entre teatristas, tema investigado e movimentos sociais que atuam em torno dessa temática.

Suas composições objetivam que o ambiente não seja tomado enquanto suporte, mas sim enquanto dramaturgia e potência criativa. Por essa razão, as montagens buscam sintetizar a relação viva entre as investigações sobre a linguagem teatral e as lutas políticas que compõem o cotidiano de territórios afastados dos circuitos culturais convencionais.

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O repertório do coletivo é voltado ao teatro de rua, associado tanto aos elementos da encenação como ao recorte específico da interpretação inserido nessa modalidade teatral. O interesse dos integrantes também é de fazer um uso criativo de espaços alternativos, com dinâmicas de ocupação teatral e composição ativa com a arquitetura e os fluxos sociais de um determinado espaço.

“Constituir meios alternativos de produção e circulação teatral em territórios de resistência, fomentando lutas sociais e espaços organizados de transformação da realidade. Investigar temas urgentes e sensíveis para as questões contemporâneas da luta de classes, do colonialismo, do patriarcado e demais formas de opressão e domínio. Ter no teatro uma arma carregada de utopia e sonho dentro de um horizonte coletivo de disputa do tecido simbólico-ideológico diante da barbárie e do fascismo crescentes.”

No segundo trabalho produzido, o Coletivo habitou por um ano a Ocupação Prestes Maia, criando a peça Piratas de Galochas (2011), além de colaborar para o estabelecimento do núcleo cultural da ocupação. No terceiro foi encenado o espetáculo de rua Revolução das Galochas (2014), que conta a trajetória revolucionária dos Comuns, em um Brasil distópico controlado pelo Esquema. Em 2016, o Grupo foi contemplado na 28ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para Cidade de São Paulo com o projeto Refugiados de Galochas, montando seu primeiro teatro infantil, Cantos de Refúgio, construído a partir da vivência com refugiados sírio-palestinos na Ocupação Leila Khaled. A última produção foi Mau Lugar (2017), que investiga o tema sensível do suicídio e da falta de perspectiva.

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Por fim, o Coletivo de Galochas também conta em seus processos criativos com o canto e a dança, ao investigar o campo técnico específico relacionado aos procedimentos do coro teatral, que envolve uma corporalidade atenta à composição coletiva.

Mais informações sobre o Coletivo de Galochas estão no livro Teatro de Grupo, uma publicação do Selo Lucias, braço editorial da ADAAP, associação que gere o projeto da SP Escola de Teatro.

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