Tanto a peça quanto o autor da Série Minimalista desta semana dispensam apresentações. Uma das obras-primas de William Shakespeare, “Rei Lear”, ou “King Lear”, no original, em inglês, foi escrita em torno de 1605, tendo sido encenada pela primeira vez perante a corte inglesa no dia 26 de dezembro de 1606.
O argumento da tragédia teatral de Shakespeare inspira-se em antigas lendas britânicas para compor a trama da obra. “Rei Lear” traz referências da “Historia Regum Britanniae”, do galês Godofredo de Monmouth; de “A Arcádia da Condessa de Pembroke”, de Philip Sidney; entre outras obras clássicas que compõem o contexto da país onde o dramaturgo nasceu.
A história conta a trágica velhice de um soberano que não teve filhos e que agora tem dificuldades para ocupar o lugar que deixará vazio. Rei Lear tem três filhas e se vê na necessidade de deixar a coroa para um de seus genros. Diante da ganância de suas duas irmãs, uma das filhas de Lear recusa-se a casar para proteger o velho pai, que não vê a atitude com bons olhos, entendendo que a filha não quer casar por desprezar a parte que lhe é de direito no reino.
Um clássico do teatro, a dramaturgia de Shakespeare evidencia nessa obra um problema atemporal da sociedade: o destino de seus anciões. Ainda que sábio, bondoso e soberano monarca, Rei Lear acaba sendo visto pelas filhas como um fardo em suas dificuldades de locomoção, discernimento e etc.
Uma história comovente e trágica que merece ser lida ou, se houver oportunidade, assistida, já que “Rei Lear” foi adaptada repetidas vezes para o teatro e cinema.
Texto: Gabriel Gilio
