A Série Minimalista da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco desta semana traz uma obra-prima do dramaturgo, diretor e poeta alemão Bertolt Brecht.
“Mãe Coragem e seus filhos” foi escrita por ele em 1939, com ajuda da atriz e escritora Margarete Steffin, que era sua amante. Na época, Brecht, fugindo de Hitler, estava exilado na Dinamarca, após passar por Áustria e Suíça. Mais tarde, ainda ficaria na Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e nos Estados Unidos.
A obra se situa na Europa do século XVII e acompanha parte da Guerra dos 30 Anos (1618-1648), ocorrida, em sua maior parte, em solo alemão. Dividida em 12 cenas, a peça faz uma forte denúncia contra os horrores da guerra, numa tentativa de também mostrar o atraso e a destruição trazidos pela Segunda Guerra Mundial.
Na trama, Anna Fierling, a Mãe Coragem, é uma mascate que vive da guerra. Segue as tropas suecas, acompanhada de seus três filhos – dois meninos, Eilif e Queijinho, e uma menina muda, Kattrin –, oferecendo aos soldados comida, equipamentos e outros produtos.
No entanto, a mesma guerra que alimenta seu comércio leva embora seus três filhos, seu único amor e todas suas economias. Mesmo assim, ela insiste em seguir em frente, caçando chances de se manter em pé com sua carroça.
Na fase da criação desta obra, Brecht mergulhava na investigação sobre drama político e teatro épico. Como se sabe, seu trabalho teatral ficou marcado como um dos mais importantes do século XX pelo esforço de transformar o teatro em arma de consciencialização e politização.
Além de ter sido montada por vários artistas consagrados do Brasil, em 2012 a peça foi trazida a Porto Alegre pela Cia Berliner Ensemble, a companhia fundada pelo próprio Brecht.
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