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Série Minimalista | ‘Anjo Negro’

Publicado em: 23/04/2015 |

 
Escrita em 1946, mas com estreia postergada até 1948 por conta da censura, “Anjo Negro” – peça teatral do gênero de literatura dramática de Nelson Rodrigues – possui um enredo trágico e polêmico, que envolve racismo, estupro e incesto. Leitura obrigatória para vestibulandos de todas as idades, a peça é contada em três atos e narra a conturbada relação entre Virgínia e Ismael.
 
Ismael é negro, como sua mãe, e odeia sua cor. Foi criado com Elias, que é branco e foi cegado por Ismael ainda na infância. Na ocasião em que Virgínia ficou órfã e foi morar com sua tia, aos 15 anos, foi assediada pelo noivo de sua prima, que viu o ocorrido e se enforcou. A tia culpa Virgínia e, para se vingar, convida Ismael para ir a sua casa e o manda ir ao quarto da sobrinha e estupra-la. Ismael o faz e, após isso, compra a casa e passa a manter Virgínia presa.
 
Sob o cadáver de seu terceiro filho morto misteriosa e prematuramente, Elias e Virgínia se encontram na ocasião do velório, sem que Ismael saiba. Trancada no quarto por seu marido, ela recebe Elias. Ambos foram impedidos por Ismael de ver o corpo que estava sendo velado. A reunião às escondidas revela a atração que sentiam um pelo o outro e, após terem relação sexual, Elias e Virgínia planejam fugir.
 
Surpreendida pela volta do marido, Virgínia ajuda Elias a sair do quarto, mas é flagrada pela tia e suas outras primas, enquanto arrumava a cama. A tia consegue arrancar a confissão da traição e a ameaça.
 
Quando Ismael a encontra no quarto, Virgínia o trata amorosamente, mas o casal acaba discutindo. A conversa acaba trazendo à tona que Virgínia matara todos os três filhos que tiveram juntos, por eles serem negros como Ismael. Ela promete, no entanto, que o dará outro filho e que não atentará contra ele. Ismael questiona a razão pela qual Virgínia não mataria o quarto filho, sendo que ela nunca o amou. Nesse momento a tia entra no quarto e conta que ela manteria o filho por ser de Elias.
 
O resto da estória ainda guarda mais revelações, aflição e tragédia, mas é o tipo de coisa que não se pode contar assim, sem os devidos detalhes contido no texto de Nelson Rodrigues.
 
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Texto: Gabriel Gilio
 

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