Um dos grandes marcos da arte ocidental, o teatro elisabetano teve seu surgimento no período que se estende da segunda metade do século XVI ao início do século XVII. Aos poucos, contaminou a sociedade e se transformou em uma das vozes de maior expressão cultural do século em que nasceu.
Seu nome, “Elisabetano”, decorre do fato de a maior parte de sua existência corresponder ao reinado da rainha Elisabete I, período de grande efervescência artística na Inglaterra, reflexo, em certa medida, do Renascimento Italiano.
Seu teatro continha a seguinte estrutura: um edifício voltado para um grande pátio, com o palco no fundo. Havia uma nítida separação, pois um terço das galerias fornecia os lugares para os mais afortunados, a “sala dos cavalheiros” ou “dos senhores”, enquanto pessoas comuns se acomodavam no pátio, em pé ou sentados.
Quando o espetáculo estava prestes a começar, ouvia-se um soar de trombetas. Com a representação à luz do dia, atores e espectadores se viam uns aos outros.
Em seu modelo, a audiência era colocada como cúmplice da peça e chamada a colaborar ativamente com a representação. Isto era facilitado pela proximidade entre palco/plateia e pelo fato de os personagens declararem seus planos e conflitos diretamente ao público, através de “solilóquios” e “a partes”.
O teatro elisabetano pode ser considerado uma mistura de tradições poéticas e teatrais da cultura clássica, onde, com a imaginação do público, os autores podiam contar qualquer história, esquadrinhando romances e tragédias gregas, contos medievais e comédias italianas, dentre outros.
Como exemplo de grandes dramaturgos do período, temos Ben Jonson, Christopher Marlowe, além, obviamente, de William Shakespeare, que, através do trabalho de sua companhia à frente do Globe Theatre, deixou um dos maiores legados dramatúrgicos para o teatro mundial.