Em tempos de infindáveis inovações tecnológicas, o mundo já está acostumado a ouvir falar sobre as novas criações que são gradualmente popularizadas e incorporadas ao cotidiano das pessoas.
O que poucos sabem é que um dos termos mais repercutidos – e abrangentes – desse universo curiosamente surgiu no teatro. A palavra robô, derivada da palavra tcheca “robota”, apareceu pela primeira vez em uma peça do dramaturgo e escritor tcheco Karel Čapek (1890 – 1938).
“R.U.R” (que significa “Rossum’s universal robots”), escrita em 1921, contava a história de Rossum, um brilhante cientista que desenvolve uma substância química semelhante ao protoplasma e, com ela, consegue construir humanoides pré-programados, robôs capazes de substituir humanos em trabalhos físicos. Surgia, assim, a imagem de robô que até hoje está enraizada no imaginário coletivo.
Cena de adaptação de “R.U.R” para a televisão
A palavra “robota”, tanto na língua tcheca quanto em outras línguas eslavas, também pode significar trabalho forçado, escravo, ou realizado de maneira compulsória.
Inicialmente, pode causar surpresa o fato de o termo ter sido criado no teatro, em cujo âmago se tenta, acima de tudo, compreender e discutir o ser humano. No entanto, é inevitável que a tecnologia ande e progrida junto com a raça humana. Assim é desde o início, e assim deverá continuar sendo.
O próprio teatro se vale cada vez mais dos novos recursos para conseguir atingir formas potentes de expressão, que também dialoguem e reflitam o mundo em que vivemos atualmente: repletos de robôs e aparatos que modificam constantemente nossa existência – para o bem e para o mal.
Texto: Felipe Del