Paulo Goulart (Foto: Divulgação)
O ator Paulo Goulart morreu hoje (13), em São Paulo, aos 81 anos, em decorrência de um câncer.
Em 2012, o artista ficou internado por algumas semanas no Hospital Beneficência Portuguesa, tratando um câncer do mediastino, entre os pulmões. Anos antes, ele também já havia passado por uma cirurgia para retirar um tumor no rim.
Consagrado ator, Paulo subiu no palco em mais de 70 montagens ao longo de mais de 50 anos de trajetória. Leia mais sobre sua biografia abaixo, em texto extraído de seu verbete na Teatropédia.
Paulo Goulart (Ribeirão Preto/SP, 1933 – São Paulo/SP, 2014) foi ator, dramaturgo e produtor.
Biografia
Paulo Afonso Miessa nasceu em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, no dia 9 de janeiro de 1933, e adotou o nome artístico de Paulo Goulart. Estudou Química Industrial, mas começou a trabalhar no rádio, como operador de som e locutor de uma emissora fundada pelo pai em Olímpia. No início dos anos 50, transferiu-se para São Paulo e foi aprovado em um teste para rádio-ator na Rádio Tupi, onde participou de diversos programas, como o que era comandado por Amácio Mazzaropi, com que fez seu primeiro trabalho em televisão, em 1952.
O teatro entrou em sua vida nesse mesmo ano, ao ingressar na Companhia Nicette Bruno e Seus Comediantes, no Teatro de Alumínio. Foi lá que conheceu a atriz Nicette Bruno, com quem se casou. O casal teve três filhos: Beth Goulart, Paulo Goulart Filho e Bárbara Bruno, que também entraram para a carreira artística.
Sua estreia no teatro foi em 1952, em “Senhorita Minha Mãe” e, no mesmo ano, esteve em “Amor Versus Casamento”. Paulo Goulart e Nicette Bruno fundaram, em 1953, o Teatro Íntimo Nicette Bruno (TINB), onde o ator encenou peças como: “Ingênua Até Certo Ponto”, “Week-end”, “É Proibido Suicidar-se na Primavera”, “Brasil Romântico”, “Ingenuidade”, “Bife, Bebida e Sexo”, “Ingênua Até Certo Ponto”.
Em 1956, mudou-se para o Rio de Janeiro, para participar da montagem de “Vestido de Noiva”, de Nelson Rodrigues. Nessa mesma época, ingressou na companhia teatral de Eva Todor, onde atuou em ‘Vê Se Me Esquece”, “Anastácia”, “Pedro Mico”, “Inimigos Íntimos”, entre outras.
Em 1962, Paulo Goulart e Nicette Bruno foram morar no sul do país, onde viveram durante cinco anos. Em Curitiba, trabalharam na Escola de Teatro Guaíra e participaram do Teatro de Comédia do Paraná onde realizaram uma série de espetáculos como: “Um Elefante no Caos”, de Millôr Fernandes, 1963; “A Megera Domada”, de William Shakespeare, 1964; “O Santo Milagroso”, de Lauro César Muniz, 1965. No ano seguinte, reencenam “A Megera Domada”, agora mais uma vez sob a batuta de Antunes Filho.
Ele também foi autor de teatro. Iniciou em 1975, escrevendo “Nós Também Sabemos Fazer”, peça que ele próprio dirigiu no mesmo ano. Em 1980, foi a vez de “Mãos ao Alto, São Paulo!”, dirigido por Roberto Lage. No ano seguinte, Aderbal Freire-Filho dirigiu seu texto “Mãos ao Alto, Rio!”. Em 1983 escreveu duas peças, “O Infalível Dr. Brochard”, outra direção de Roberto Lage. Em 1990, em parceria com a filha Bárbara Bruno, lançou “Look Book Hip House”.
Autor de livros, lançou “7 Vidas”, um livro de autoajuda, “Grandes pratos e pequenas histórias de amor”, livro de culinária, e “Vôo da Borboleta”.
Seus trabalhos mais recentes foram: “Crimes Delicados” (2000); “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” (2001); “Sábado, Domingo e Segunda” (2003); e “O Homem Inesperado”, de Yasmina Reza, direção Emílio de Mello, com supervisão de Daniel Filho.
Paulo Goulart morreu em São Paulo, no dia 13 de março de 2014, aos 81 anos, devido a um câncer na região entre os pulmões.
Teatro
1951- Senhorita Minha Mãe, de Louis Verneuil, direção de Ruggero Jacobbi
1951- Amor Versus Casamento, de Robert Anderson, direção de Rubens Petrilli de Aragão
1953- Week-end, de Noel Coward, direção de Antunes Filho
1953- É Proibido Suicidar-se na Primavera, de Alejandro Casona, direção de Ruy Affonso
1953- Ingênua até Certo Ponto, de Hug Herbert, direção de Armando Couto
1953- Brasil Romântico – O Primo da Califórnia, de Joaquim Manuel de Macedo, direção de Ruggero Jacobbi
1953- Brasil Romântico – Lição de Botânica, Machado de Assis, direção de Ruggero Jacobbi
1954- Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, direção de Léo Jusi
1954- Ingenuidade, de John van Druten, direção de Madalena Nicol
1955- Bife, Bebida e Sexo, de Hug Herbert, direção de Paulo Francis
1956- Lotaria, de Luís Iglesias, direção de Willy Keller
1957- Os Amantes, de Samuel Rawet, direção José Maria Monteiro
1957- A Vida Não É Nossa, de Accioly Netto, direção de José Maria Monteiro
1957- Paixão da Terra, de Heloísa Maranhão, direção de José Maria Monteiro
1957- Vê se me Esqueces, de Raul Praxy, direção de Henriette Morineau
1958- Anastácia, de Marcelle Maurette, direção de Henriette Morineau
1958- Gigi, de Colette, direção de Cayetano Luca de Tena
1958- Inimigos Íntimos, de J. P. Grédy e Pierre Barillet, direção de Aurimar Rocha
1959- Os Brasileiros em Nova York, de Pedro Bloch, direção de José Maria Monteiro
1962- Zefa entre os Homens, de Henrique Pongetti, direção de Ziembinski
1962- Minha Querida Lady, de Alan Jay Lerner, direção de Victor Berbara
1963- Um Elefante no Caos, de Millôr Fernandes, direção de Cláudio Corrêa e Castro
1964- A Megera Domada, de Shakespeare, direção de Antunes Filho
1965- O Santo Milagroso, de Lauro César Muniz, direção de Cláudio Corrêa e Castro
1966- Oh, Que Delícia de Guerra!, de Charles Chilton e Joan Littlewood, direção de Ademar Guerra
1967- Boa Tarde, Excelência, de Sérgio Jockyman, direção de Antônio Abujamra
1968- Os Últimos, de Máximo Gorki, direção de Antônio Abujamra
1968- O Olho Azul da Falecida, de Joe Orton, direção de Antônio Abujamra
1969- Lá, de Sérgio Jockyman, direção de Antônio Abujamra
1974- Constantina, de Somerset Maugham, direção de Cecil Thiré
1974- O Prisioneiro da Segunda Avenida, de Neil Simon, direção de Antônio Abujamra
1974- Orquestra de Senhoritas, de Jean Anouilh, direção de Luís Sérgio Person
1976- Papai, Mamãe & Cia, de Paulo Goulart, direção de Ariel Bianco
1978- Casal Classe Média, Televisão Quebrada, de Armando Chulak e Sérgio Cecco, direção de Antônio Abujamra
1979- Treze, de Sérgio Jockyman, direção de Antônio Abujamra
1980- Dona Rosita, a Solteira, de Federico Garcia Lorca, direção de Antônio Abujamra
1983- Rei Lear, de Shakespeare, direção de Celso Nunes
1984- Ao Papai com Dinamite e Afeto, de Sérgio Jockyman, direção de Mário Masetti
1986- Sábado, Domingo e Segunda, de Eduardo De Filippo, direção de José Wilker
1987- Aviso Prévio, de Consuelo de Castro, direção de Francisco Medeiros
1988- O Olho Azul da Falecida, de Joe Orton, direção de Marcelo Marchioro
1989- Meu Reino por um Cavalo, de Dias Gomes, direção de Antônio Mercado
1990- Flávia, Cabeça, Tronco e Membros, de Millôr Fernandes, direção de Luiz Carlos Maciel
1991- Céu de Lona, de Juan Carlos Gene, direção de Renato Icarahy
1992- Macbeth, de Shakespeare, direção de Ulysses Cruz
1994- Enfim Sós, de Lawrence Roman, direção de José Renato
1997- O Carteiro e o Poeta, de Antonio Skármeta, direção de Aderbal Freire-Filho
1999- Arte, de Yasmina Reza, direção de Mauro Rasi
2000- Crimes Delicados, de José Antônio de Souza, direção de Antônio Abujamra
2001- O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago, direção de José Possi Neto
2003- Sábado, Domingo e Segunda, de Eduardo De Filippo, direção de Marcelo Marchioro
2008- O Homem Inesperado, de Yasmina Reza, direção de Emílio de Mello
Autoria
1975- Nós Também Sabemos Fazer
1976- Papai, Mamãe & Cia
1980- Mãos ao Alto, São Paulo!
1981- Mãos ao Alto, Rio!
1983- O Infalível Dr. Brochard
1990- Look Book Hip House
Produção
1957- A Vida Não É Nossa
1957- Paixão da Terra
1979- Treze
1979- A Maravilhosa Estória do Sapo Tarô Bequê
1980- Mãos ao Alto, São Paulo!
1980- Dona Rosita, a Solteira
1986- Divina Encrenca
1988- O Olho Azul da Falecida