SP Escola de Teatro

Paulo de Tharso por Mário Bortolotto

Paulo de Tharso em cena (Foto: André Stefano)

 

O ator e músico Paulo de Tharso morreu nesta terça-feira (14), aos 52 anos, em SP. Seu amigo, o ator, diretor e dramaturgo Mário Bortolotto, com quem Paulo também trabalhava na Cia. Cemitério de Automóveis, presta uma homenagem nesta triste ocasião.

 

 

No seu livro “O Dia de Santa Bárbara”, tem um personagem que se chama “Picanha”. Foi por isso que eu o apelidei de “Picanha”, apelido esse que ele fingia odiar. Ele dizia pra todo mundo: “O Mário me odeia. Ele me colocou esse apelido ridículo”. Ele sempre fazia isso. Ele gostava de dramatizar tudo. Foi por isso que eu o convidei pra atuar no teatro. Porque ele sempre foi um ator nato. Ele vivia representando o tempo inteiro. E então ele dizia pra todo mundo que eu tinha acabado com a vida dele quando coloquei esse apelido.

 

Então um dia cheguei pra ele e falei: “Ok, Paulo, de agora em diante, já que você não gosta, eu nunca mais vou te chamar de “Picanha”, vou sempre te chamar de “Paulo de Tharso”, assim mesmo, com o nome completo”. Ele assentiu aparentemente satisfeito. No outro dia fiquei sabendo que ele falava para todos os nossos amigos: “O Mário me odeia. Ele não me chama mais de Picanha”. 

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