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O Sono como Objeto de Estudo

Publicado em: 23/05/2011 |

“Vamos ficar 40h acordados para chegarmos ao nosso limite e entendermos o desgaste físico em sua totalidade”, disse Thiago Prates, aprendiz de Humor, sobre o processo de vigília que o Grupo Cinco propôs entre as 21h do dia 18/05 e as 13h do dia 20/05.

Os aprendizes entrevistaram pessoas que passeavam pelo Brás para saber quantas horas por dia elas dormem e há quantas elas estavam sem dormir. A fusão das informações colhidas nas entrevistas com o conceito que eles extraíram de um fragmento do texto do Artaud, “Vah Gogh. O Suicidado da Sociedade”, resultou na ideia de ficar acordado por tantas horas.

A parte do texto estudada tratava do “Teatro da Crueldade”. Essa teoria defende uma linguagem mais eficaz que a simples fala, o corpo. Artaud falava muito sobre o “corpo sem órgãos”, que representava o instrumento de trabalho do ator para se comunicar com todo o resto que compõe a cena.

A partir da definição do corpo na sua forma mais simples, surgiu a ideia de pesquisar os instintos primatas do ser humano. Entre todos, o sono foi escolhido para ser retratado nas apresentações do grupo Cinco. Dormir é algo que todo ser humano precisa e, em certos casos, o sono chega a ser incontrolável. É esse limite que os aprendizes estavam dispostos a testar.

Ao longo das 40h, os artistas se ocuparam com várias atividades, entre elas vídeogame, baralho, dominó, jogos de tabuleiro e videokê. Além do físico, o grupo sofreu, também, o desgaste mental.

Ao final do Experimento, enquanto muitos descansavam profundamente no mezanino do 3º andar, outros continuavam firmes e fortes na sala inicial. Cartolinas com frases soltas encobriam as paredes, na qual estava sendo projetado um vídeo de tudo o que os aprendizes fizeram, desde as entrevistas pelas ruas do Brás até as brincadeiras pelos corredores da Escola.  

A secretária da Coordenação Pedagógica Djanira Santos acompanhou o grupo durante a madrugada e participou de algumas atividades realizadas. Também técnica de enfermagem Djanira mediu a pressão e a temperatura de cada um dos membros do grupo. “Trouxe até uma canja para eles”, comentou.