SP Escola de Teatro

“Mojubá” tem fome do que é mais caro: carta ao Grupo de Teatro Fântaso

Por Cynthia Regina, especial para a SP Escola de Teatro

 

A Encruzilhada tem mais do que dois caminhos, mas pede uma escolha certeira:

Recorte, aprofundamento, fluidez.

A técnica é o de menos quando se tem propósito, então porque o medo de mostrar a Raiz do desejo na cena?

O mais rústico do teatro: direcionar o olhar da platéia, criar a ilusão.

No monólogo o principal é o corpo, é a voz, é a atuação, então direcionem a Energia do Trabalho para o que é fundamental, não a deixe esvair pelo vão dos dedos.

Me diz o rastro que você quer deixar em mim quando a peça acabar.

A experimentação da pedra jogada no rio precisa ser a busca, como pesquisa no hoje para a edificação no futuro.

O texto, a fala, a persona, devem se Plantar e abrir espaço quanto tempo fiquem em cena.

Cantar para Ele não é tão difícil quanto cantar para o público, então se conecte com o simples.

De que serve a Terra distante dos meus olhos, e as lâmpadas apagadas pelo teto que eu não deveria ver? Um enquadramento auxilia.

Porque o que eu quero é te ver. Ouvir o atabaque e as mãos que tocam para além de um ornamento no cenário.

Não se Tranquem na técnica. Abram os Caminhos do corpo,

peso na atuação, assertividade na direção.

De resto vocês já tem, que é vontade de Movimento,

O arregaçar das mangas do fazer teatro como quem vende pão pela manhã:

O bairro todo tem Fome, vamos Saciá-la.

* Cynthia Regina é participante da oficina olhares: poéticas críticas digitais, oferecida pela SP Escola de Teatro e ministrada pelo crítico Amilton de Azevedo, que supervisiona a produção e edita o material resultante.

Sair da versão mobile