SP Escola de Teatro

Intercâmbio possibilita troca de experiência entre formadores do Brasil e da Suécia

Luciano Gentille e Dan Nakagawa, formadores da SP Escola de Teatro, estiveram na Universidade das Artes de Estocolmo (Uniarts) em setembro. | Foto: Divulgação

Por Jonas Lírio

 

Desde sua criação, por meio do programa de intercâmbio internacional, a SP Escola de Teatro tem estabelecido importantes relações com escolas e universidades dos cinco continentes. Em 2013, após o intenso planejamento que culminou com o acordo de colaboração entre a instituição paulista e a Universidade das Artes de Estocolmo (Uniarts), na Suécia, iniciaram os intercâmbios formativos, que possibilitam a troca de experiências entre profissionais brasileiros e suecos, tanto no processo de ensino quanto de aprendizado do Teatro.  

 
Entre agosto e setembro, os formadores da SP Escola de Teatro Luciano Gentille e Dan Nakagawa ministraram um curso na Uniarts, além de acompanhar algumas aulas de Mímica, Atuação e Performance. Para Gentille, que é formador do curso regular de Direção, a principal observação que fez durante o intercâmbio diz respeito à dinâmica de criação dos artistas da universidade europeia.
 
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“Eles trabalham bastante a técnica – o que é diferente daqui, talvez por uma questão cultural mesmo. Nós partimos de outros lugares, outros impulsos, e, num primeiro momento, foi estranho ver tanto rigor com a técnica, como acompanhar aulas trabalhadas especificamente em cima de Decroux [Étienne Decroux, ator e mímico francês que morreu em 1991]”, conta o formador.
 
Dan Nakagawa, que é aprendiz egresso da SP Escola de Teatro e participou do intercâmbio como formador, afirma que a viagem para a Suécia possibilitou a ele uma compreensão maior sobre o aprofundamento do trabalho técnico, como a repetição exaustiva de exercícios puramente físicos – segundo o artista, uma forma de enriquecer repertório que ajuda a libertar a criação.
 
“Por outro lado, acho que pudemos compartilhar com eles um olhar voltado a um tipo de teatro mais experimental feito na cidade de São Paulo”, explica Nakagawa. “Um olhar que busca caminhos alternativos para se existir artisticamente, que quer repensar o próprio processo criativo como possível forma de encenação ou de prática pedagógica.”
 
Da Suécia para o Brasil
 
O intercâmbio entre a SP Escola de Teatro e a Uniarts também trouxe ao Brasil as professoras Tuija Liikkanen e Lena Stefenson. Elas ministram o curso de extensão “Composição e coreografia da cena”, que acontece na sede Roosevelt da Escola até 26 de setembro. Nas aulas, as artistas apresentam diferentes métodos de criação de movimentos cênicos, extraídos de processos como dança contemporânea, contraimprovisação e mímica.
 
O modelo pedagógico horizontalizado da SP Escola de Teatro foi o que mais chamou a atenção das professoras. “Gostamos de como os formadores dão feedback aos experimentos dos aprendizes. Mesmo sem entender quase nada de português, vimos um tom concreto, porém didático, na conversa entre todos. É algo que devemos melhorar na nossa instituição”, diz Lena.
 
Para a professora, a relação estabelecida entre a SP Escola de Teatro e a cidade de São Paulo, a partir do fluxo com a praça Roosevelt e as imediações do Brás, também foi um dos fatores de aprendizado. “Também gostamos da interação da Escola com a sociedade ao redor e do que ela representa. Nossa universidade fica mais escondida em Estocolmo, então preferimos o senso de responsabilidade da Escola aqui”, conta.
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