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Índios e bandeirantes são temas de conferências

Publicado em: 11/09/2013 |

“Vamos pegar 400 anos de uma história que é muito cara a São Paulo, mas que também é repleta de controvérsias”, resumiu o dramaturgo e encenador de origem amazonense Francisco Carlos na primeira atividade do ciclo de conferências que integra sua residência artística na SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. 

 

A iniciativa é fruto de uma parceria entre a SP Escola Teatro, a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária/USP e o Instituto de Psicologia/USP. O projeto, que segue até o final de março de 2014, compreende um ciclo de seis conferências e a própria residência, que servirá como base para a montagem de uma peça teatral, intitulada “Sonata fantasma bandeirante”, que será apresentada em duas partes: “Spaghetti paulista” e “São Paulo-Chicago”, com a participação de aprendizes da Escola.

 

As conferências, cujos diálogos pretendem compor o mosaico intertextual e desconstrutivo que caracteriza a poética cênico-teórica de Francisco Carlos, começaram na segunda-feira (9) com a Profª. Drª. Ingrid Koudela, que falou sobre o tema “Vultos fantasmagóricos na poética teatral de Heiner Müller”, e com a leitura cênica da peça “Vida de Gundling. Frederico de Prússia Sono Sonho Grito de Lessing”, de Heiner Müller, uma tradução inédita de Ingrid.

 

As palestras ganham continuidade nos dias 14, 16, 23, 28 e 30 de setembro. Todas têm entrada gratuita e são abertas ao público, na Sede Roosevelt da SP Escola de Teatro.

 

Neste sábado (14), às 12h30, Katia Maria Abud, doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), falará sobre o tema “O bandeirante como representação da entidade paulista e o bandeirismo de apresamento e escravização indígena. Do seiscentos (século 17) à Chicago – SP do século 20. Símbolos e críticas.”

 

No mesmo dia, o cientista social guarani Emerson Oliveira vai discorrer sobre “Ensino da história e cultura indígena em todas as escolas do Brasil, segundo o ponto de vista dos índios”.

 

Currículos dos participantes:

Emerson Oliveira

Guarani, possui Bacharelado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e Pós-Graduação em Gestão Pública pela University Of La Verne (ULV/EUA). É membro do Programa Pindorama da PUC/SP, onde também foi um dos idealizadores do Retomada Indígena, evento que ocorre anualmente. Sua linha de pesquisa visa reconstruir a história e tornar o indígena “sujeito do conhecimento”, e não apenas “objeto de pesquisa”. Coorganizou, com Benedito Prezia, o livro “A criação do mundo e outras belas histórias indígenas”. Trabalha na rede municipal de ensino de São Paulo, onde busca apresentar uma nova visão sobre os povos indígenas do Brasil.

 

Katia Maria Abud

Possui Bacharelado e Licenciatura em História, Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais, Mestrado em História Social e Doutorado em História Social, todos pela Universidade de São Paulo (USP), onde também é professora. Tem vasta experiência na área de Educação, com ênfase em Métodos e Técnicas de Ensino, atuando principalmente nas seguintes áreas: ensino de história, formação de professores, metodologia do ensino de história, conhecimento histórico escolar e história. É autora da tese “O sangue intimorato e as nobilíssimas tradições: a construção de um símbolo paulista: o bandeirante”, além de já ter publicado diversos artigos em periódicos/revistas e jornais.

 

 

Serviço

Ciclo de Palestras:

Dia 14 de setembro, das 12h30 às 14h30

Katia Maria Abud | O bandeirante como representação da entidade paulista e o bandeirismo de apresamento e escravização indígena. Do seiscentos (século 17) à Chicago – SP do século 20. Símbolos e críticas.

Emerson Oliveira | Ensino da história e cultura indígena em todas as escolas do Brasil, segundo o ponto de vista dos índios.

 

Dia 16 de setembro, das 19h30 às 22h30

Spensy Pimentel | A palavra-ação sagrada: a voz política e os movimentos coletivos Guarani. Cosmopolítica indígena.

Eloisa Leão | Performance vocal.

 

Dia 23 de setembro, das 19h30 às 22h30

Maria Inês Ladeira | Territórios, terra, mundo, espaço, migrações (mobilidade), míticas e o modo de ser Guarani.

Clissia Morais | Direção de arte em cinema e teatro indígena.

 

Dia 28 de setembro, das 12h30 às 14h30

Peter Pál Pelbart | Pensamentos e poéticas nômades e migrantes.

 

Dia 30 de setembro, das 19h30 às 22h30

Gianni Puzzo e Melina Bertholdo | Exibição do filme “Yvy Rupa – a terra é uma só! Visões Guarani da história da América”, de Jera Guarani e Gianni Puzzo, seguido por debate com os autores. 

 

Onde: SP Escola de Teatro – Sede Roosevelt

Praça Roosevelt, 210 – Consolação

Tel. (11) 3775-8600

Grátis

 

 

Texto: Felipe Del