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Grupo goiano faz temporada digital da peça “O Príncipe”

Publicado em: 31/07/2020 |

Os grupos de teatro de todo o Brasil se reinventam no ambiente digital. Com a Indelicada Cia. Teatral, grupo de Goiânia que já se apresentou no México e no Equador, não foi diferente.

O grupo viu os planos de seu novo espetáculo mudarem assim que começou a pandemia da Covid-19. A trupe tinha um projeto de circulação presencial pelo Brasil, mas precisou adaptar tudo para o formato digital.

Assim, o espetáculo O Príncipe estreia no dia 20 de agosto pelos canais do grupo no Youtube, Facebook e Instagram. A direção é de João Bosco Amaral e tem no elenco os atores Evandro Costa e Ricardo Fiuza.

Cena de “O Príncipe” peça digital de A Indelicada Cia. Teatral. Foto: Karla Sarmiento

“Em março faríamos uma circulação nacional com o apoio do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás, com apresentações confirmadas no Distrito Federal e em Minas Gerais e já estávamos fechando agenda no Rio Grande do Sul e Tocantins. Tivemos que cancelar tudo por conta da pandemia. Agora mudamos a estratégia e vamos para o teatro on-line, que na verdade já era algo que os integrantes da companhia pensavam em fazer”, conta o ator Evandro Costa.

Em O Príncipe, dois palhaços, Vânio e Kadu, contam a trágica história de Hamlet. A obra escrita por William Shakespeare há mais de 400 anos, ganha elementos cômicos e melodramáticos nesta proposta de encenação.  Além de se basear na obra original de Shakespeare, a montagem recebeu influência de O Príncipe escrita por Nicolau Maquiavel em 1532.

“Nesta adaptação, os personagens narram de forma cômica a história do Príncipe da Dinamarca, ou seja, os próprios palhaços brincam de ser Halmet, Rei Claudius, Ofélia, o Fantasma, os guardas e o velho Polônio. A escolha foi levantar e destacar os pontos altos da peça, sem perder a trama principal: a podridão do Reino da Dinamarca. Nada melhor que dois palhaços expondo a corrupção, as traições e as brigas pelo poder. Rir ou não rir? Eis a questão”, fala o ator.

O diretor João Bosco Amaral conta que todos os elementos cênicos foram repensados. Exploramos mais os detalhes, que normalmente não ficam tão evidenciados na apresentação presencial. Por isso figurinos, maquiagem, cenografia e iluminação foram redesignados, mas mantendo a atmosfera clownesca e teatral. A interatividade é a base das redes sociais, e o momento exige a readequação para que o teatro continue acontecendo.”

Evandro ainda ressalta a vantagem de não ter barreiras geográficas. “Com as apresentações on-line acredito que teremos condições de alcançar públicos de diversas localidades, não só os que receberiam a circulação. Hoje, a internet é que permite a arte do encontro, sendo um espaço de grande abrangência e interação”, conclui.

 

CULTURA EM CASA

Assim como outros equipamentos, a SP Escola de Teatro criou uma programação especial na internet para oferecer ao seus seguidores. Assim, está disponível uma série de conteúdos multimídia, como vídeos de espetáculos e de palestras e bate-papos de nomes como as atrizes Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg e Denise Fraga, a monja Coen, a escritora Adélia Prado e o pastor Henrique Vieira, além de cursos gratuitos a distância.

O acervo ainda inclui filmes produzidos pela Escola Livre de Audiovisual (ELA) – iniciativa da Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), gestora da SP Escola de Teatro – em parceria com instituições internacionais, com a Universidade das Artes de Estocolmo (Suécia).




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