SP Escola de Teatro

Gabriel Barone, estudante egresso da SP Escola de Teatro, fala sobre a importância de sua formação ao assumir coordenadoria no Theatro Municipal de São Paulo

Gabriel Barone é estudante egresso do curso de Iluminação da SP Escola de Teatro e atualmente é coordenador de palco do Theatro Municipal de São Paulo.

Para conseguir assumir a coordenadoria de um dos espaços artísticos mais importantes do país, o técnico conta, em entrevista concedida exclusivamente à comunicação da SP, a essencialidade de sua formação técnica para entender as linguagens específicas e diversificadas que cada colaborador tem a exprimir sobre os projetos cênicos.

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Barone ainda ressalta a mudança no mercado de trabalho após a existência do primeiro centro de formação para áreas tão específicas do teatro na cidade de São Paulo e a necessidade de se ter outras escolas como a SP para que possibilite aos profissionais uma educação mais democrática.

Confira a entrevista na íntegra:

Por ser estudante egresso do curso de iluminação da SP Escola de Teatro, qual a importância dessa linha de estudo para seu trabalho atual?

A minha função aqui no Theatro Municipal, basicamente, envolve a coordenação, ou seja, colocar ordem junto com as outras pessoas da equipe técnica do palco. Então foi muito importante eu ter feito um curso técnico sobre iluminação, para eu conseguir conversar com esses seres que habitam a cabine de luz, que têm uma linguagem muito específica, muito própria, e eu conseguir conversar com eles para pedir coisas, comunicar problemas ou para eles conseguirem falar comigo e explicar as necessidades que têm. Para que eu pudesse transformar e traduzir essas necessidades e pudesse conversar com outras pessoas em outras linguagens.

Como a experiência de sua formação te ajudou a chegar no seu trabalho atual?

Uma coisa muito importante que a gente aprende na SP Escola de Teatro é lidar com grupos e pessoas que pensam diferente de você. Muitas vezes com linguagem diferente da que você usa, com ideias e opiniões diferentes. Essa gestão de ideias diferentes, a gente aprende muito nos experimentos da SP e posso dizer que aqui no Theatro Municipal também tenho que lidar muitas vezes com muitas pessoas que têm ideias diferentes, falam línguas diferentes, às vezes literalmente, às vezes só tecnicamente, às vezes metaforicamente, e muito disso que eu faço aqui agora teve a sua semente plantada no curso de iluminação.

Para você qual a importância dos cursos técnicos da SP Escola de Teatro para o ensino das artes do palco no Brasil?

Acredito que seja uma escola que até onde eu saiba é a primeira e talvez a única que forma técnicos em áreas muito específicas do campo das artes performáticas e das artes de palco. Eu acho muito importante essa escola existir, primeiro por ela ser a primeira e a única, segundo porque a partir dela a gente consegue estabelecer novos padrões de trabalho no mercado como um todo. Então eu tenho certeza que o perfil das pessoas que trabalhavam na área antes de existir a SP era muito diferente do perfil de pessoas que agora ocupam essas funções no mercado.

Como você explicaria a diferença entre esses dois perfis?

É inegável apontar isso: a quantidade de mulheres na área técnica, por exemplo. Até então eu entendo que o caminho para que uma pessoa, um indivíduo, entrasse na área técnica sem ter esse acesso acadêmico, digamos assim, o caminho único, possível era através da experiência boca a boca e geralmente essa experiência que se transmitia estava relacionada com alguém que entrou num cargo, por exemplo de carregador de uma empresa de locação de equipamento. Esse carregador começava a aprender os nomes dos equipamentos, depois começava a ajudar a pendurar os refletores, eventualmente ia para a mesa e aprendia a programar e tudo mais. Esse foi o caminho de entrada nesse mercado de muita gente, mas tendo uma escola onde você consegue ensinar os nomes, os termos, a linguagem e as técnicas, acaba proporcionando o acesso para outras pessoas que não necessariamente tem esse único caminho.

O que seria importante acontecer no futuro para que mais pessoas tenham o acesso a esse tipo de formação?

Então acho que para o futuro é importante até que outras escolas surjam com essa mesma função, para que o mercado possa se profissionalizar, possa elevar o nível do trabalho, das relações trabalhistas e o coletivo como um todo possa ganhar.

Gabriel Barone fala sobre seu trabalho no Teatro Municipal de São Paulo

 

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