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Freak Show

Publicado em: 29/06/2011 |

No centro de tudo, um apresentador e um convidado.  A vida de uma pessoa comum é dissecada em cada meandro em cenas projetadas que apresentam as histórias desta vida e que, ao mesmo tempo, criam dois universos antagônicos: o real e o simulacro. 

 

Este é o enredo de “Freak Show”, performance cênica que mistura teatro, vídeo, música e artes plásticas, a partir de um texto assinado pela jovem dramaturga brasileira Luise Cohen, que fala dos absurdos e maniqueísmos dos programas televisivos e que joga com o drama humano individual e a sua espetacularização na mídia.

 

Luise participou da terceira edição do Núcleo de Dramaturgia Sesi-British Council, projeto novos autores. “Ela demonstra vitalidade e conhecimento da construção cênica e especificidades da linguagem teatral, características que mesmo autores veteranos demoram para conquistar. É uma das grandes revelações da nova dramaturgia brasileira”, diz Marici Salomão, coordenadora do Núcleo de Dramaturgia Sesi-British Council e do curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.

 

Marici explica que a peça se passa em um show de auditório em que as personagens bizarras vão sendo consumidas e ridicularizadas concomitantemente. “A espetacularização da vida humana sob um viés contemporâneo é uma linguagem que se estabelece em “Freak Show”, a peça ganhou uma leitura pelo caminho da perfomatividade, porém traz a visão de uma linguagem mais realista com momentos representados e lidos, em um trânsito entre atuar e não atuar”, diz.

 

A trilha sonora de Ricardo Severo, artista-convidado do curso de Sonoplastia da SP Escola de Teatro dá tom e tessitura à leitura performática, com temas intimistas e acústicos para as cenas individuais, e música eletrônica, sampleada, para as cenas de estúdio de TV.

 

Severo conta que toca ao vivo durante a peça e que fica em cena, fazendo o papel de um maestro do programa televisivo. “Disparo as trilhas, efeitos e vinhetas que eu mesmo sonorizei”. 

 

“Freak Show” estreia na sexta-feira (01/07), às 20h, no Centro Cultural Fiesp, em São Paulo, e integra a programação da Temporada de Teatro Contemporâneo Sesi – British Council, cuja proposta é promover o intercâmbio de novas experimentações das artes cênicas e a pluralidade de linguagens dentro da cena teatral contemporânea. 

 

O projeto é formado por mais dois espetáculos britânicos inéditos no Brasil “Sussuros”, de David Leddy, e “Black Box”, do coletivo Bootworks Theatre. Com o tema “O Teatro Contemporâneo e as Linguagens Performáticas”, a programação conta, ainda, com um debate entre os integrantes dos coletivos que integram a Mostra, com mediação de Marici Salomão e do dramaturgo Luís Alberto de Abreu. 

 

O encontro abordará a nova cena do teatro contemporâneo, movimento de muitos paradoxos e que se configura, sobretudo, pela dinâmica que envolve tendências simultâneas e contrapostas; a tendência em trabalhar a encenação interativa que busca evidenciar o que é extremamente essencial à cena e a tendência de enfatizar a relação entre o ator e o espectador, entre outras. 

 

Veja ficha técnica dos espetáculos, horários, locais das apresentações e mais informações sobre o projeto aqui:

http://www.sesisp.org.br/home/2006/centrocultural/Prog_teatro_contemporaneo.asp