SP Escola de Teatro

Fim do curso de Desenho Gráfico: Só Mulheres

 

Diante de uma grande mesa, uma menina desenrolava um maço grosso de papel. Aos poucos, retirava as folhas enroladas, como as camadas de uma cebola. Ao lado dela, quase uma dúzia de moças repetia o movimento, todas em silêncio. Pelo ar, circulava o refrão “Guerreio é no lombo do meu cavalo”, canção de Juçara Marçal. Antes que a música terminasse, a mesa estava abarrotada de papeis. E, sob as tiras brancas de celulose, arte.

 

Ontem (25), foi essa atmosfera que dominou a última aula do curso de “Desenho Gráfico”, promovido pelo departamento de Extensão Cultural da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco. As atividades foram orientadas pela editora, cenógrafa e iluminadora Vânia Medeiros. No período de fevereiro a abril, ela apresentou a diversidade de técnicas e materiais para a construção de imagem. “O curso foi 100% prático. Nós experimentamos desenho, colagem, gravura, tipografia e encadernação, assim como a interação entre essas técnicas”, explicou.

 

E, no derradeiro dia, a turma analisava e organizava os trabalhos realizados. Raiça Bomfin que sempre desenhou “mas de brincadeira”, relatou sua experiência: “O curso abriu meu canal de percepção, ao me apresentar novos materiais e descobrir a forma de trabalhar com eles, juntos e separados”, disse. 

 

Outra integrante da turma, Monalisa Martins já se sente com saudade das atividades: “Antes, eu não tinha ideia de que existiam tantas técnicas. Agora, eu já conheço e quero continuar experimentando cada uma. O curso foi quase uma terapia pra mim. Dias antes das aulas, e eu já ficava ansiosa”, lembrou.

 

Vânia, ao centro, rodeada com suas artistas (Foto: Arquivo SP Escola de Teatro)

 

E em uma sala com presença exclusivamente feminina, Vânia Medeiros concluiu: “Foi um grande ateliê coletivo. A gente se entendeu bem, foi uma relação muito interessante. Durante o dia, uma acompanhava o trabalho da outra, com curiosidade, descobrindo estilos e aprendendo novas maneiras de desenhar”. 

 

Texto: Leandro Nunes

 

Sair da versão mobile